Ciência
06/09/2024 às 06:00•2 min de leituraAtualizado em 06/09/2024 às 06:00
Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Oxford promete revolucionar o setor da energia solar. Em laboratório, os cientistas desenvolveram um material que usa uma abordagem chamada de “multijunção” e já se mostra mais eficiente que muitos dos painéis solares tradicionais. Além disso, ele é incrivelmente fino e flexível, o que significa que pode ser incorporado em diversos objetos do dia a dia.
A energia solar, como descrevem os autores Flansburgh e Linnell, é alimentada por "uma massa de gás incandescente". Com cerca de 44 quadrilhões de watts atingindo a superfície terrestre anualmente, capturar essa energia renovável parece uma solução óbvia. Na prática, porém, grandes fazendas solares podem prejudicar a biodiversidade e destruir ecossistemas. Por conta disso, encontrar alternativas que sejam eficientes e ao mesmo tempo menos prejudiciais à natureza era um desafio até a nova etapa.
Atualmente, as opções para aproveitar a energia solar de maneira eficiente envolvem grandes fazendas solares ou painéis instalados em telhados, que são muitas vezes caros e têm eficiência limitada. Contudo, a nova tecnologia desenvolvida pelos cientistas parece estar mudando esse cenário. Segundo Junke Wang, pós-doutorando na Universidade de Oxford, o novo material mostrou-se capaz de superar o desempenho do silício.
“Usando novos materiais que podem ser aplicados como revestimento, mostramos que podemos replicar e superar o silício, ganhando flexibilidade”, afirmou Wang em comunicado oficial. O grande diferencial desse material é a capacidade de capturar uma gama mais ampla do espectro de luz, o que o torna extremamente eficiente.
Os dados mostram que ele apresentou mais de 27% de eficiência energética, um número bastante elevado para os padrões da tecnologia solar atual. Conforme explicou Shuaifeng Hu, outro pesquisador da Universidade de Oxford, esse avanço é apenas o começo: “Nos últimos cinco anos, aumentamos a eficiência de conversão de energia de cerca de 6% para mais de 27%. Acreditamos que essa abordagem pode elevar a eficiência para mais de 45%”, concluiu.
Além da sua eficiência comprovada, o novo material é bastante fino e flexível — cerca de 150 vezes mais fino que uma camada de silício. Isso significa que ele pode ser aplicado em praticamente qualquer superfície: desde prédios e estradas até mochilas e celulares. Essa versatilidade abre caminho para uma revolução no uso da energia solar em objetos cotidianos.
Henry Snaith, professor de Energia Renovável em Oxford e líder do projeto, acredita que essa inovação pode ser capaz de criar uma nova indústria voltada para a geração de energia de forma sustentável e barata. No entanto, ele alerta: “Sem novos incentivos e uma melhor estrutura para transformar essa inovação em produção, o Reino Unido perderá a oportunidade de liderar essa nova indústria global”.
Com a energia solar se tornando cada vez mais barata e eficiente, especialistas acreditam que um futuro movido a energia solar é inevitável. Agora, resta saber como essas inovações serão incorporadas na sociedade e nas infraestruturas ao nosso redor.