Ciência
08/07/2024 às 08:00•2 min de leituraAtualizado em 08/07/2024 às 08:00
Em uma tentativa de tornar os robôs cada vez mais parecidos com os humanos, cientistas da Universidade de Tóquio, no Japão, desenvolveram um novo tipo de pele artificial capaz de se prender melhor ao rosto dos androides. Com isso, a máquina mostra expressões faciais muito mais realistas.
Detalhes sobre a novidade foram publicadas em um estudo na revista Cell Reports Physical Science, no dia 25 de junho, mostrando que ela é feita a partir de culturas de células da pele humana. Isso a torna mais macia e oferece uma série de outras vantagens.
Segundo a equipe de pesquisa, a pele cultivada em laboratório para robôs humanoides apresenta grande flexibilidade, possibilitando sua fixação a praticamente qualquer tipo de superfície. Além disso, o material se move com os componentes mecânicos, contribuindo para uma maior naturalidade das expressões.
Outra característica da pele artificial para robôs é a sua capacidade de regeneração, assim como acontece com a nossa pele que se recupera de lesões superficiais. Dessa forma, eventuais cortes, furos e rasgos são curados automaticamente, embora o artigo não tenha informado quanto tempo demora tal processo.
Conectar a pele ao rosto robótico foi um grande desafio para os pesquisadores, que não conseguiram concluir o procedimento em tentativas anteriores. Desta vez, eles precisaram fazer vários pequenos furos na face do androide, aplicando gel com colágeno para tampar os orifícios e fixar o tecido artificial.
O método simula o modelo de fixação da pele se prendendo às estruturas subjacentes por ligamentos nos humanos. Anteriormente, os especialistas usaram mini ganchos para prendê-la, mas a técnica danificava o material à medida que o humanoide se expressava, deformando-a ou terminando em rasgos.
Apesar dos avanços, os autores afirmam que vai demorar alguns anos para que o robô com sorriso realista esteja disponível. Eles ainda pretendem aumentar a durabilidade e a longevidade da pele artificial, aprimorar seu aspecto natural e torná-la capaz de apresentar sensibilidade ao calor e toques.
Além de possibilitar a criação de robôs humanoides mais realistas, a tecnologia pode ser útil no desenvolvimento de peles artificiais para as pessoas. Esse tipo de material contribuiria para melhorar a cicatrização de feridas, bem como outros tratamentos envolvendo o maior órgão do corpo humano.
Também é possível que a técnica ajude a impulsionar as pesquisas sobre envelhecimento da pele e paralisia facial, oferecendo, ainda, novas opções de materiais para o uso em cirurgias plásticas, cosméticas e outros tipos de procedimentos cirúrgicos.