Estilo de vida
21/06/2024 às 08:00•2 min de leituraAtualizado em 21/06/2024 às 08:00
O mundo é feito de um conjunto quase incontável de átomos, no entanto, algumas dessas partículas, quando fissionadas ou fusionadas podem ser mais letais do que outras, como nos mostrou o Projeto Manhattan.
Criado durante a Segunda Guerra Mundial, o projeto reuniu algumas das mentes mais brilhantes do mundo para o desenvolvimento de armas nucleares. Mas Albert Einstein não estava entre eles.
Ainda que o cientista tenha escrito cartas urgindo que os Estados Unidos desenvolvessem com urgência a tecnologia nuclear, ele não esteve intimamente envolvido no processo.
Após o teste em Los Alamos, já havia ficado claro para muitos dos cientistas o potencial de destruição das bombas atômicas, o que foi reforçado com Fat Man (Nagasaki) e Little Boy (Hiroshima), em 1945.
Diante da urgência de pensar em quais usos e potenciais ameaças essa nova tecnologia poderia criar, um grupo de cientistas solicitou, em 1946, a criação de uma comissão para deliberar sobre leis de regência para os usos da energia nuclear.
O corpo científico, olhando sua obra, temeu pelo futuro da humanidade, principalmente, depois do desenvolvimento de bombas capazes de superar, em muito, o poder das bombas nucleares clássicas, a bomba de hidrogênio.
Einstein e um grupo de cientistas desenvolveram, em 1955, um manifesto, no qual fazem um alerta sobre o uso indiscriminado das armas nucleares e um apelo pela manutenção da vida.
O texto lembra que a destruição causada pelas bombas atômicas e "H", não é algo simples, mas sim um fenômeno que se perpetua em dor e sofrimento agonizante por anos, decorrente da contaminação nuclear.
Apela para que "humanidade" não seja apenas um termo vago e distante, mas algo que faça parte da crítica humana quando assuntos de guerra forem tratados, pensando nas consequências a longo prazo, que afetam não apenas essa geração, mas dos filhos e netos.
Para Einstein, caso isso não fosse considerado, o apocalipse da humanidade é nuclear, causado pela nossa própria incapacidade de acomodar as diferenças e frear nosso ego.
Desde 1970, com o Tratado de não-proliferação de armas nucleares (TNP), os países não podem desenvolver esse tipo de armamento. Ao todo 189 países, assinaram o tratado, entre eles, o Brasil.
No entanto, mesmo que os países não possam fabricar mais armas, estima-se que ainda hajam 13.890 ogivas nucleares, sendo que mais de 3 mil dessas, ainda estejam ativas.
Os países com maior número de artefatos são: Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia. Nos últimos anos, há um crescimento nos programas de desativação desse tipo de armamento, mas a tecnologia está posta.
Em tempos de ânimos exaltados, esperamos que as previsões de Einstein sobre o fim do mundo não se tornem o apocalipse mais real da mitologia humana.