Artes/cultura
03/06/2024 às 12:15•2 min de leituraAtualizado em 03/06/2024 às 12:15
A bacia de Witwatersrand, na África do Sul, pode estar guardando uma enorme carga de "ouro invisível", estimada em US$ 24 bilhões. A região foi palco de uma grande corrida do ouro no final do século XIX — período que impulsionou a fundação de Joanesburgo. Pesquisadores estimam que 40% de todo o ouro extraído no planeta até agora tenha sido obtido nessa área.
Porém, vastas colinas de resíduos de mineração podem ter sido deixadas para trás. Pensando nisso, o metalúrgico de apenas 26 ano, Dr. Steve Chingwaru, do Zimbábue, recentemente realizou uma investigação que mostrou a existência de 6 bilhões de toneladas de rejeitos em torno das minas de Joanesburgo que podem conter até 460 toneladas do chamado "ouro invisível".
Embora seja seu formato mais conhecido, o ouro nem sempre surge na forma de pepitas brilhantes. Em diversos cenários, esse metal precioso pode ser visto em pequeninas quantidades presas dentro de ouros minerais. Porém, essa sua forma não é visível ao olho humano, o que faz com que ganhe o nome de "ouro invisível".
Depois de quantificar o ouro armazenado nas colinas residuais de Witwatersrand, o projeto de Chingwaru tentou buscar formas mais eficientes de processar depósitos de rejeitos para obter essas camadas de ouro. Como os métodos atuais são bastante ineficazes nesse processo, uma nova técnica seria a única maneira desse metal ser extraído.
Segundo Chingwaru, a baixa concentração de ouro dentro de rejeitos sempre foi considerada de teor muito pequeno para ter valor. Contudo, como a mineração extensiva esgotou a maior parte da concentração de ouro de alto teor, procurar o "ouro invisível" em fontes de baixa concentração tornou-se algo mais viável.
Em sua pesquisa de doutorado, Chingwaru notou que apenas 30% do "ouro invisível" era extraído através dos processos tradicionais. Então, ele passou a se questionar onde os outros 70% iam parar e como eles poderiam ser removidos da natureza com segurança. Além de serem ineficazes, os atuais métodos de exploração de depósitos de rejeitos podem ser altamente prejudiciais ao meio ambiente.
"Quando os sulfuretos são oxidados, produzem ácido sulfúrico e, quando este vai para as águas subterrâneas, aumenta a mobilidade de vários elementos tóxicos. É um grande problema em algumas partes de Joanesburgo, onde temem que as suas águas subterrâneas estejam a ficar poluídas pela drenagem ácida das minas causada pelos rejeitos", explicou o pesquisador em comunicado oficial.
Pensando nisso, o pesquisador decidiu testar métodos de reprocessamento eficiente de depósitos de rejeitos, uma nova técnica com grande potencial econômico e também com fortes benefícios ambientais. Em sua investigação, o jovem pesquisador indica que os rejeitos de Joanesburgo contêm uma fortuna em ouro avaliada em aproximadamente US$ 24 bilhões. Como próxima etapa, Chingwaru deverá avaliar se seu novo método é barato o suficiente para extrair ouro e obter lucro.