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11/04/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 11/04/2024 às 18:00
Se você já ouviu falar sobre ondas gravitacionais e pensou que eram apenas um daqueles conceitos complicados e distantes do nosso dia a dia, que nada tem a ver conosco, é bom repensar isso. Pesquisadores do King's College London sugerem que essas ondas cósmicas podem ter desempenhado um papel crucial na existência da vida humana.
De acordo com o estudo, elementos essenciais para a nossa existência, como o iodo e o bromo, podem ter suas origens ligadas a eventos astrofísicos desencadeados pela presença das ondas gravitacionais. Mas como isso é possível?
Você já se questionou sobre a origem dos elementos que constituem nosso corpo, como hidrogênio, carbono, oxigênio e outros? Esses elementos, todos com números atômicos abaixo de 35, são forjados em supernovas, explosões colossais que marcam o fim da vida de estrelas.
Já elementos mais pesados como o iodo e o bromo, cruciais para funções biológicas vitais como a produção de hormônios e a formação de tecidos, não seguem exatamente esse caminho convencional.
Para haver a produção de elementos mais pesados, ou seja, com número atômico maior que 35, é necessário ocorrer um processo nuclear especial chamado processo-r.
O processo-r é um fenômeno que acontece quando um núcleo atômico pesado captura uma sucessão de nêutrons livres antes que ele tenha a chance de decair. Isso resulta na síntese de isótopos mais pesados de um elemento. Uma das possibilidades desse processo acontecer é justamente durante a fusão de duas estrelas de nêutrons, conhecida como quilonova.
E é aqui que as ondas gravitacionais entram em cena. À medida que essas estrelas de nêutrons giram uma em direção à outra ao longo de centenas de milhões de anos, elas emitem enormes quantidades de energia na forma de ondas gravitacionais. Esse evento espetacular foi até detectado em 2017 pelos observatórios de ondas gravitacionais LIGO e Virgo, nos Estados Unidos.
As explosões de quilonovas são, portanto, cruciais para o processo-r, já que as estrelas de nêutrons são compostas principalmente — e obviamente — por nêutrons, abrindo a possibilidade para a criação dos elementos pesados.
Dessa maneira, os cientistas concluíram que vários elementos pesados existentes hoje na Terra são provavelmente formados como resultado do processo-r durante as colisões de estrelas de nêutrons, desencadeadas pela radiação de ondas gravitacionais. Isso nos leva a questionar: será que as ondas gravitacionais são a chave para a nossa própria existência?
Pode parecer uma ideia mirabolante, mas os fundamentos físicos por trás desse conceito nos fazem refletir.
Se esses elementos tão importantes para a nossa constituição biológica e para as formas de vida que existem por aqui realmente vieram de carona nas ondas gravitacionais, podemos então supor que são graças a elas que há vida em nosso planeta.
Será então possível afirmar que as misteriosas ondas gravitacionais poderiam ser a chave para desvendar os segredos da origem da vida? A dúvida fica, e só o futuro — e muitas pesquisas — poderá dizer.