Ciência
27/12/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 27/12/2024 às 12:00
Desde o século 2 a.C., na China, as bússolas têm sido usadas para orientação, A princípio eram agulhas de magnetita flutuantes e suspensas sobre a água, apontando sempre para o sul. No início, eram usadas em geomancia, uma prática de adivinhação para alinhar as construções com energias terrestres, como o Feng Shui.
Assim que começaram a compreender melhor o campo magnético da Terra, os chineses calibraram suas agulhas para apontarem para o norte. A mudança foi fundamental para as navegações, principalmente a partir do século 11, quando as bússolas passaram a ser o instrumento principal para orientar viagens marítimas.
O princípio de funcionamento da bússola se baseia na interação entre o campo magnético da Terra e um ímã suspenso. Nesse modelo, o planeta funciona como um ímã gigante com seus polos magnéticos formados pela interação entre sua rotação, inclinação axial e o movimento do metal fundido no núcleo externo do planeta, que produz campos elétricos.
Os campos elétricos produzidos no núcleo terrestre se combinam com a rotação da Terra e resultam em um grande campo magnético que envolve todo o planeta. Assim, a agulha de uma bússola é atraída para o polo magnético oposto, localizado no Hemisfério Norte, não exatamente no Polo Norte geográfico, mas em um ponto a cerca de 1,6 mil quilômetros ao sul, perto da Ilha Ellesmere, no Canadá.
Mas, quando estamos no espaço a direção apontada vai depender da nossa localização. A magnetosfera se estende de forma assimétrica ao redor da Terra: em direção ao Sol, a magnetosfera da Terra se estende por aproximadamente 37 mil quilômetros, enquanto no lado oposto, voltado para o espaço sideral, pode alcançar cerca de 370 mil quilômetros.
Isso significa que os instrumentos de navegação magnética podem ser utilizados não apenas na superfície terrestre, mas também em uma área espacial bem extensa em volta do nosso planeta, onde o campo magnético ainda exerce sua influência sobre objetos magneticamente sensíveis.
Embora continue registrando campos magnéticos, como o vento solar, por exemplo, a bússola é praticamente inútil para navegação no espaço sideral. Isso porque conceitos como "norte" e "sul" perdem completamente o sentido em um ambiente tridimensional, onde as direções podem variar muito.
É lógico que outros corpos celestes também possuem campos magnéticos, como a Lua e Marte. Porém, suas magnetosferas são tão fraquinhas, que sua bússola só funcionaria se você estivesse bem perto deles. Já gigantes como Júpiter, com seu núcleo maciço de hidrogênio metálico e rotação rápida, gera uma magnetosfera de 19 milhões de quilômetros.
Outra magnetosfera respeitável é a do Sol, que se estende por todo o Sistema Solar, mas é impossível dizer com certeza para onde a bússola apontaria, pois a cada 11 anos a nossa estrela inverte seus polos magnéticos.