Ciência
05/10/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 05/10/2024 às 15:00
O aço está em tudo que a gente vê no mundo moderno: de prédios gigantescos e carros, até os talheres que usamos em casa. Mas o curioso é que o aço não existe naturalmente, então, como será que ele foi inventado? A verdade é que, segundo os arqueólogos, o aço tem pelo menos 2.000 anos.
Porém, ninguém sabe exatamente em que momento da história ele surgiu. O que sabemos é que o aço é uma mistura de ferro e carbono, e essa adição de uma pequena quantidade de carbono — algo entre 0,2% e 1% — faz toda a diferença. Ele fica mais duro, resistente e menos sujeito a enferrujar do que o ferro puro.
Os pesquisadores acreditam que o aço foi descoberto de maneira independente em várias partes do mundo e depois se espalhou pelo antigo Oriente. “O aço se desenvolveu ao longo do primeiro milênio a.C. em grande parte do Velho Mundo”, explica Paul Craddock, especialista em metalurgia antiga do Museu Britânico, em uma entrevista ao site Live Science.
Os primeiros tipos de aço eram conhecidos como "aço de cadinho" e eram feitos ao derreter ferro e carbono juntos, possivelmente em regiões da Ásia Central e Sul. Com o tempo, outros tipos de ferro com teor de carbono suficiente também passaram a ser classificados como aço. Na época do Império Romano, por exemplo, já era possível encontrar adagas feitas com aço tratado por calor, ou seja, um aço produzido através do aquecimento e martelagem do ferro para retirar impurezas e adicionar carbono.
Produzir aço exigia que o ferro fosse derretido a temperaturas altíssimas para remover as impurezas, chamadas de "escória". Não se sabe ao certo quem foi o primeiro a descobrir esse processo, mas a inovação trouxe grandes mudanças na forma como o mundo fabricava ferramentas e armas.
A mudança da Idade do Bronze para a Idade do Ferro aconteceu há cerca de 3.000 anos em regiões como a Ásia, o Oriente Médio e a Europa. Durante mais de 2.000 anos, o bronze — uma mistura de cobre com estanho — foi o material mais usado para fabricar armas, armaduras e até objetos cerimoniais. Mas o problema era que o bronze era caro e não era acessível para todos.
A arqueóloga Alessandra Giumlia-Mair explica que o ferro acabou substituindo o bronze principalmente porque o ferro era mais abundante e barato. "As espadas de ferro não eram necessariamente mais afiadas ou duráveis que as de bronze", ela comenta, "mas se tornaram populares porque era mais barato produzi-las."
Com o tempo, os ferreiros antigos aprenderam a endurecer o ferro, criando o aço, o que permitiu que mais pessoas tivessem acesso a ferramentas e armas mais baratas e eficientes. Enquanto isso, o bronze continuou sendo usado para itens de luxo, como vasos e ornamentos, por muito tempo depois da Idade Média. Hoje, o aço está por toda parte, produzido em fornos especializados e com diferentes composições de carbono e outros elementos, como o cromo, que dá origem ao famoso aço inoxidável.