Rendimento dos mais pobres cairá 20% até 2050 devido às mudanças do clima

28/04/2024 às 16:002 min de leituraAtualizado em 28/04/2024 às 16:00

Se costumamos dizer que a coisa não está boa para ninguém, um estudo recente realizado por pesquisadores do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK), na Alemanha, aponta que o PIB global diminuirá em US$ 38 bilhões até 2050. A baixa será causada pelas emissões de CO2 que já estão na atmosfera da Terra.

Isso significa que essa redução, equivalente a 20% da atividade econômica das nações do planeta, ocorrerá mesmo que a humanidade, por uma espécie de milagre, consiga reduzir efetivamente a poluição por carbono, afirmaram os pesquisadores em um comunicado à imprensa. 

Esses prejuízos serão causados principalmente pelo aumento das temperaturas, mas também pela variação no padrão de chuvas e mudanças sazonais. Segundo o primeiro autor do estudo, Maximilian Kotz, cientista do PIK, a queda nos rendimentos afetará mais fortemente países do sul da Ásia e África, embora possa atingir também regiões da América do Norte e Europa.

Cumprir o Acordo de Paris evitaria a perda global de renda

x (Fonte: Maximiliano Kotz et al./Divulgação).
Alterações percentuais da renda per capita sem impactos climáticos. (Fonte: Maximiliano Kotz et al./Divulgação)

Publicado recentemente na revista Nature, o estudo diz que o mundo pagará um preço real, no caso bilhões de dólares por ano até 2100, se a Terra ultrapassar 2 °C acima dos níveis climáticos de meados do século XIX. Só que, em um curto período, a temperatura global já subiu 1,2 °C acima da meta proposta no Acordo de Paris em 2015.

Segundo os autores, o investimento anual capaz de segurar o aquecimento global abaixo dos 2 °C é somente uma pequena fração dos prejuízos que poderiam ser evitados. 

O autor principal Max Kotz, especialista em ciência da complexidade do PIK, alerta que ficar abaixo do limite de 2 °C “poderia limitar a perda média de renda regional a 20%, em comparação com 60%” em um cenário de altas emissões.

Países menos responsáveis por emissões sofrerão mais

x (Fonte: Getty Images).
Países menos responsáveis pelas alterações climáticas sofrerão as maiores perdas financeiras. (Fonte: Getty Images)

Coautor do trabalho, o cientista sénior do PIK, Anders Levermann, traz um dado perverso na divisão dos prejuízos. "Prevê-se que os países menos responsáveis pelas alterações climáticas sofrerão perdas de rendimento 60% superiores às dos países com rendimentos mais elevados, e 40% superiores às dos países com emissões mais elevadas", diz o pesquisador.

As projeções, que se baseiam em 40 anos de dados econômicos e climáticos de 1,6 mil regiões do planeta (em vez de estatísticas nacionais), prevê que a maioria das nações tropicais, muitas com o crescimento já comprometido por questões climáticas, pagará uma fatia maior da conta, diz o estudo.

Nesse sentido, diz a coautora Leonie Wenz, também pesquisadora do PIK, "nossos cálculos são extremamente relevantes" para orientar estratégias governamentais de adaptação aos impactos climáticos. Ela também sugere negociações lideradas pela ONU, para compensar as nações em desenvolvimento, que mal contribuíram para o aquecimento global, pelas perdas inevitáveis.

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