Ciência
23/05/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 23/05/2024 às 10:00
Um novo estudo por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte criou uma teoria para o motivo por trás das antigas pirâmides do Egito terem sido encontradas em uma faixa comum de deserto estéril — longe das margens do rio Nilo.
O artigo sugere que essas estruturas, na verdade, teriam sido construídas ao longo de um braço do sistema fluvial que se perdeu no tempo. Isso não só explicaria a localização das pirâmides, mas também forneceria algumas informações sobre como essas estruturas foram misteriosamente erguidas há mais de 4,5 mil anos.
Conforme cita o estudo, mais de 30 pirâmides estão situadas ao longo de uma faixa vertical entre Gizé e Lisht. Isso inclui a Grande Pirâmide de Gizé, a mais famosa entre elas e uma das únicas Sete Maravilhas do Mundo Antigo que permaneceu de pé. Esse campo de pirâmides está a uma distância razoável do moderno Nilo.
No entanto, cientistas sabem que o rio mudou significativamente ao longo dos anos e, provavelmente, tinha vazões muito maiores no passado e ramais que não existem mais. Por isso, a equipe de investigadores liderada pelo Dr. Eman Ghoneim decidiu realizar levantamentos geofísicos e coletar amostras de sedimentos na região.
Segundo Ghoneim, os dados revelam evidências de um antigo braço de 64 km do rio Nilo que teria sumido de uma vez por todas. “Estamos falando de meio quilômetro ou mais em termos de largura, o que equivale à largura atual do curso do Nilo”, destacou. No entanto, parece que esse ramo começou a ser engolido há cerca de 4,2 mil anos — séculos depois da construção das pirâmides.
Os pesquisadores explicam que o antigo ramo do Nilo ficou completamente coberto de areia soprada pelo vento após uma seca intensa na região. Assim, acabou sendo totalmente soterrado sob um manto desértico. À medida que os ramos foram desaparecendo, as cidades e vilas do Antigo Egito também foram ficando soterradas sob sedimentos e consequentemente desapareceram.
Ghoneim ainda afirma que essas cidades provavelmente ainda estão escondidas em algum lugar por aí, mas os pesquisadores não fazem ideia de onde encontrá-las. Quanto ao braço do Nilo, o pesquisador afirma que ele teria sido uma ferramenta inestimável para ajudar na construção das pirâmides antes de desaparecer.
Em vez de transportar enormes quantidades de pedra pela areia, a hidrovia teria permitido aos trabalhadores levarem toneladas de materiais de um lado para outro sem grandes dificuldades. “Se existem pirâmides por toda parte nesta área específica, deve ter havido no passado corpos de água que transportaram ou facilitaram o transporte de rochas e um grande número de trabalhadores para esses locais”, concluiu o estudo.