Estilo de vida
19/03/2024 às 08:00•2 min de leituraAtualizado em 21/03/2024 às 10:52
A Rússia e a China têm planos de instalar uma usina nuclear na Lua na década de 2030, que permitirá fornecer energia suficiente para abastecer os futuros assentamentos lunares das duas potências. O ousado projeto teve parte dos detalhes revelados no dia 5 de março.
De acordo com o diretor-geral da agência espacial russa, Yuri Borisov, a meta é inaugurar o reator nuclear no satélite natural na primeira metade da próxima década. A instalação estaria pronta para funcionar “em algum momento entre 2033 e 2035”, disse ele durante um evento, como relatou a agência de notícias estatal Tass.
A produção de eletricidade usando energia nuclear é essencial para os planos da humanidade de estabelecer bases na Lua, conforme o CEO da Roscosmos. Na visão dele, a utilização de painéis solares como fonte de abastecimento não seria suficiente para garantir o funcionamento dos complexos.
Borisov também ressaltou que o país possui experiência na utilização deste tipo de fonte de energia, o que facilitaria o desenvolvimento do reator no satélite natural. Vale lembrar que a Rússia planeja enviar missões tripuladas à Lua até 2031, enquanto a China pretende chegar lá um ano antes.
Outro detalhe abordado pelo chefe da Roscosmos é em relação ao trabalho de construção da usina nuclear lunar pretendida por Rússia e China. Apesar de os dois parceiros provavelmente já terem enviado humanos para a Lua antes da inauguração do reator, a instalação deverá ser feita de forma automatizada.
Para o CEO, trata-se de uma tarefa que envolve riscos, realizada em um ambiente diferente, e por isso deveria acontecer “sem a presença de humanos”. Conforme Borisov, os robôs e as demais tecnologias necessárias para a automatização do trabalho estarão disponíveis em breve.
Ainda como parte do projeto, existe a possibilidade de construção de uma nave espacial para transporte de carga movida a energia nuclear. Usando reator e turbinas de alta potência, o equipamento permitirá levar grandes quantidades de materiais da Terra para a Lua e vice-versa, coletar detritos espaciais e realizar outros trabalhos, mas ainda é necessário encontrar formas de resfriar o reator.
Os planos de uma exploração conjunta da Lua foram anunciados pelas agências espaciais chinesa e russa em 2021. A parceria prevê a construção de uma estação de pesquisa científica na superfície lunar até 2035, que terá robôs, rovers e outros dispositivos operados remotamente possibilitando realizar vários estudos por lá.
Na ocasião, foi dito que a base lunar estaria disponível para cientistas de quaisquer países interessados na pesquisa da superfície lunar. No entanto, as relações entre a Rússia e alguns de seus parceiros internacionais das missões espaciais pode ter sido abalada com a guerra na Ucrânia, como destaca o IFLScience.