Ciência
16/06/2024 às 19:00•2 min de leituraAtualizado em 16/06/2024 às 19:00
Um novo estudo publicado pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais, que é parte da NASA, é mais uma prova das mudanças climáticas encaradas pela Terra. Dados obtidos pelos pesquisadores mostram que o planeta bateu nos últimos 12 meses o recorde mensal de temperaturas mais altas já registradas.
Na prática, isso significa que junho de 2023 foi o mês de junho mais quente da história — e isso se repetiu até maio de 2024 no planeta. Isso registra a quebra consecutiva mais longa do recorde de temperatura, sendo que esse período ainda pode ser de maior duração.
Para se ter uma ideia da aceleração do fenômeno, a temperatura média dos últimos 12 meses foi 1,3 °C maior do que a registrada entre as décadas de 1950 e 1980. A NASA mantém registros desde antes mesmo da sua criação, com comparativos médios de temperatura da superfície do planeta desde o século XIX.
O último recorde com temperaturas consecutivas tão altas foi entre 2015 e 2016, em um período de sete meses. Porém, ainda não é certeza de que 2024 será o ano mais quente da história, título que é atualmente mantido por 2023.
O cálculo médio da temperatura do planeta é feito com base em diversas estações meteorológicas espalhadas pelo globo, além de instrumentos de medição em boias e navios. Uma série de cálculos adicionais são feitos em cima da temperatura "bruta" registrada para evitar erros, como o aquecimento natural de áreas urbanas, por exemplo.
Segundo o administrador da NASA, Bill Nelson, já é bastante evidente que estamos vivendo uma crise climática. Junto do governo dos Estados Unidos, que controla a agência, Nelson diz que há agora uma "urgência de proteger o planeta natal".
O motivo está nas altas emissões de gases poluentes na atmosfera que contribuem para o efeito estufa. Eles seriam o principal fator que contribui para esses recordes, mas seguem em altas concentrações em quase todo o planeta.
Os efeitos práticos do aumento na temperatura da superfície da Terra incluem a elevação do nível do mar em algumas localidades, maior intensidade nas chuvas em determinadas regiões e invernos menos rigorosos, além de outras mudanças em ecossistemas.
Ainda segundo a NASA, a formação do fenômeno La Niña no segundo semestre de 2024 pode resfriar o planeta temporariamente a partir do Oceano Pacífico e acabar com a sequência de recordes. Mesmo assim, esse é um fator que não contribui a longo prazo, já que ele age apenas durante alguns meses.