Estilo de vida
03/07/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 03/07/2024 às 10:00
Um espetáculo raro e brilhante está prestes a acontecer no céu noturno nos próximos dias: a explosão de uma nova recorrente. Fenômeno que ocorre em ciclos de aproximadamente 80 anos, as novas ocorrem devido a processos próprios de acumulação e ignição de material estelar.
Previsto para irromper até, no máximo, setembro de 2024, a explosão de brilho virá do sistema binário Corona Borealis, que fica a três mil anos-luz da Terra, e poderá ser observado a olho nu no hemisfério norte, sem necessidade do uso de instrumentos ópticos sofisticados, segundo a NASA.
Corona Borealis é formado por uma estrela anã branca que não faz fusão nuclear e está em seu ciclo final de existência, em companhia de uma uma estrela doadora, no caso uma gigante vermelha. Esta continua perfeitamente ativa e tem uma atmosfera expansiva que se projeta, permitindo que parte do seu material (principalmente hidrogênio) seja sugado pela anã branca.
A star system, T Coronae Borealis (T CrB), located 3,000 light-years away from Earth, is expected to undergo a nova eruption soon, offering a rare spectacle visible to the unaided eye. 1/ pic.twitter.com/magbmGHvNW
— Erika ? (@ExploreCosmos_) May 2, 2024
Em entrevista à BBC, o professor Richard Townsend, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, a anã branca T CrB e a gigante vermelha do sistema Corona Borealis orbitam entre si. A massa da anã branca é similar à do nosso Sol, mas seu diâmetro é 100 vezes menor, chegando a ser parecido com o da Terra.
A combinação entre uma grande massa e um tamanho relativamente pequeno torna a T CrB muito intensa em termos gravitacionais. Por isso, a matéria ejetada naturalmente da gigante vermelha é atraído pela anã branca, que recolhe o material sob sua superfície, até atingir um determinado limite.
Também falando à emissora britânica, o gerente do programa ambiental de meteoroides da NASA, William J. Cooke. explica que, "quando a superfície da T CrB recebe excesso de material, você tem literalmente uma reação termonuclear, como uma bomba, e a anã branca expele aquele material".
Em condições normais, o sistema estelar Corona Borealis tem uma magnitude de visibilidade de +10, o que significa não poder ser visto a olho nu. Como a magnitude de brilho funciona de forma inversa (quanto menor o número, mais brilhante o objeto celestial), a explosão da nova T CrB fará com que a estrela atinja uma magnitude +2. e se torne visível
Embora seja possível observá-la no hemisfério sul, segundo o site do app Star Walk, a Corona Borealis é melhor vista do Hemisfério Norte.
Quem não tiver disponibilidade para ficar olhando para o céu, esperando a nova, pode ativar as notificações push em apps de astronomia, como o Star Walk 2 e o Sky Tonight. O fenômeno ainda ficará visível a olho nu por alguns dias, e mais uma semana, através de binóculos.