Zoológico chinês escondia quase 150 túmulos, alguns com mais de 1.800 anos

18/09/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 18/09/2024 às 18:00

O que começou como uma simples construção de um zoológico na província de Guangdong, na China, em 1956, resultou em uma das mais ricas descobertas arqueológicas da região. Durante as obras, foram encontrados túmulos antigos, o que desencadeou uma investigação arqueológica que já dura décadas. Desde então, mais de 500 sepulturas foram desenterradas, abrangendo milhares de anos de história.

Este ano, arqueólogos do Instituto Municipal de Patrimônio Cultural e Arqueologia de Guangzhou revelaram mais um capítulo dessa história. Cerca de 150 novos túmulos, datados das dinastias Han, Tang, Jin, Ming, Qin e até dos primeiros anos da República Popular da China, foram descobertos. Ao lado dessas sepulturas, cerca de 200 artefatos, que incluem delicados itens de jade e cerâmicas elaboradas, foram recuperados, oferecendo um raro vislumbre dos costumes funerários ao longo dos séculos.

Túmulos ancestrais

Entrada de tumba escavada descoberta no Zoológico de Guangdong, na Província de Guangdong, no sul da China. (Fonte: China News Service/Reprodução)
Entrada de tumba escavada descoberta no Zoológico de Guangdong, na Província de Guangdong, no sul da China. (Fonte: China News Service/Reprodução)

Entre abril e julho deste ano, os arqueólogos trabalharam em uma área de 1.300 m² dentro do zoológico de Guangdong. As descobertas mais antigas datam da Dinastia Han (206 a.C. a 220 d.C.), enquanto as mais recentes pertencem ao período pós-fundação da República Popular da China. 

O local abriga túmulos de diferentes períodos, incluindo oito da Dinastia Jin e Dinastias do Sul (265 a 589 d.C.), 15 da Dinastia Tang (618 a 907 d.C.), 121 das Dinastias Ming e Qing (1368 a 1911 d.C.) e 48 dos primeiros anos da República Popular. Além das sepulturas, um total de 196 artefatos foram desenterrados, incluindo peças de cerâmica, jade e bronze, que ajudam a ilustrar a vida e as práticas funerárias desses períodos. 

"A descoberta desses túmulos é de grande importância para o estudo das formas de sepultamento e dos costumes funerários durante o período das Seis Dinastias", disse Cheng Hao, oficial do Instituto Municipal de Patrimônio Cultural de Guangzhou, em comunicado oficial. 

Descobertas importantes

Vista aérea do local mostra distribuição dos túmulos no zoológico. (Fonte: China Central Television/Reprodução)
Vista aérea do local mostra distribuição dos túmulos no zoológico. (Fonte: China Central Television/Reprodução)

Entre os 148 túmulos, dois se destacaram pela sua preservação e complexidade. Um deles, um túmulo da Dinastia Jin Oriental, impressiona por sua extensão e decoração — medindo mais de 9 metros de comprimento. Com exceção de um pequeno buraco deixado por ladrões de sepulturas, a estrutura está praticamente intacta, sendo o maior e mais bem preservado túmulo da Dinastia Jin já encontrado em Guangzhou.

Outro túmulo notável é menor e data das Dinastias do Sul, provavelmente destinado a um casal. Apesar de também ter sido saqueado, ele se encontra em ótimo estado de conservação. Os pesquisadores identificaram um padrão de organização nas sepulturas das Dinastias Ming e Qing, onde os túmulos são dispostos com lacunas específicas entre si, sugerindo planejamento cuidadoso. 

Essa descoberta revela que, além da preocupação com a preservação dos corpos, havia uma atenção particular à disposição e orientação dos túmulos, refletindo as práticas culturais e sociais da época. Agora, os arqueólogos estão focados em analisar mais profundamente essas descobertas para entender as mudanças nos costumes funerários ao longo dos séculos e ampliar o conhecimento sobre a evolução social e cultural da China antiga.

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