Artes/cultura
15/03/2021 às 03:00•2 min de leitura
Para a coluna desta semana, selecionei dois assuntos interessantes que são um tanto quanto ignorados no uso do dia a dia, mas podem gerar certas inadequações e até confusões dependendo do contexto. Vamos lá?
Vocativo é o termo que tem a função de chamar, invocar ou interpelar dentro da oração. E detalhe: é OBRIGATÓRIO separar com vírgula o vocativo de outros termos na frase. Caso contrário, o significado é alterado completamente. Observe alguns exemplos:
Você viu a professora Helena? — Sem vocativo. Aqui o nome da professora é Helena.
Você viu a professora, Helena? — Com vocativo. Aqui não se sabe o nome da professora, mas o da pessoa com quem se fala é Helena.
Não é meu amigo? — Sem vocativo. Questionamento quanto à amizade em si.
Não é, meu amigo? — Com vocativo. Questionamento buscando uma confirmação sobre algum assunto = não é mesmo? não é isso?
Não é meu, amigo? — Com vocativo. Questionamento sobre a posse de algo.
No dia a dia, usamos muito os vocativos em conversas de modo geral. A lição que fica é: cuide com a vírgula!
Bom dia, pessoal
Olá, gente
Obrigado(a), meu amor
(Fonte: Tenor)
Aproveitando que na coluna da semana passada abordamos o uso dos porquês, já recorri a um deles logo acima para iniciar este novo tópico — chegou a reparar? Agora, veja a seguir as regras a respeito de etc.
1. Etc. é uma expressão latina (et cetera) que significa “e as demais coisas”; sendo assim, o “e” já está implícito e a grafia “e etc.” significa uma repetição (por isso, não deve ser usada).
2. Pode-se usar ou não usar a vírgula antes do etc.
3. Já quanto ao ponto após o “c”, não há discussão: é preciso inserir o ponto no final, mesmo que seja no meio de frases.
4. Quando o termo etc. finaliza uma frase, não se deve duplicar o ponto.
Até semana que vem!
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Debora Capella, colunista semanal do Mega Curioso, é mestre em Estudos da Linguagem e atua nas áreas de revisão, edição, tradução e produção de textos há 15 anos.