Artes/cultura
05/03/2022 às 10:00•3 min de leitura
Se hoje a Rússia é uma potência militar e econômica, o passado nem sempre foi assim. Por esses motivos, é de se admirar a resiliência dos russos até aqui. Foram cerca de 1 mil anos de lutas tentando sobreviver de uma forma ou de outra — na maioria das vezes não ganhando as guerras.
Pensando nisso, nós separamos uma lista com quatro desastres militares que os russos tiveram que atravessas para atingir o patamar que estão hoje. Preste bem atenção nos fatos!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Antes de a Rússia existir como país, ela era parte de uma confederação de tribos eslavas chamada Rússia de Kiev — centrada ao redor da atual capital da Ucrânia. Porém, durante a década de 1220, os mongóis passaram a expandir seus domínios por essa região e anexar reinos menores.
Muitos reinos pediram ajuda da Rússia para lutar contra os mongóis, que enviaram embaixadores buscando um acordo de paz com a corte russa. Sem perceber com quem estavam lidando, os príncipes russos optaram por enfrentar seus novos adversários, esmagando os invasores em uma primeira batalha.
Após a primeira vitória, o governo russo começou uma perseguição imprudente contra o exército em retirada, o que os levou direto para o coração do principal exército da Mongólia. Boa parte da nobreza russa foi assassinada e logo depois a Rússia de Kiev se desfez.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Após a queda de Kiev, Moscou tornou-se a nova capital russa e ganhou destaque em grande parte pela submissão de seus líderes ao domínio mongol. Por cerca de 140 anos, o governo da Mongólia exigiu tributos dessa região sem grandes problemas, mas passou a ser desafiado no início do século XIV.
Na época, o príncipe russo Dmitry Donskoy, estava cansado de ser um lacaio e promoveu um ataque contra as tropas mongóis em 1378 e 1380. Irritado com o desafio dos russos, o príncipe mongol Toquetamis enviou batedores para retaliar a "traição". Por esse motivo, os príncipes russos mais inteligentes optaram por se aliar a Toquetamis e seu grande exército.
Três dias antes de Moscou ser cercada, Donskoy fugiu da cidade para buscar reforços. Ao retornar, no entanto, ele só encontraria uma pilha de escombros e corpos carbonizados, deixados para trás pela invasão mongol. Após perder tudo, só restou aos russos se submeter ao domínio mongol mais uma vez.
(Fonte: Wikimedia Commons)
As movimentações de Donskoy haviam mostrado que o exército mongol talvez estivesse enfraquecido, mas ainda existiriam muitos erros até a independência de Moscou. Vasily II era visto como o líder russo com a maior capacidade de segurar os conflitos internos e manter a cidade longe de invasores — principalmente os tártaros.
Em resposta a um desses ataques contra a capital russa, Vasily reuniu 1,5 mil soldados e decidiu comandá-los por conta própria. Ele havia recebido a informação que o grupo inimigo era extremamente desorganizado e não tão grande assim. Então, decidiu armar um ataque na manhã do dia seguinte.
Os russos lutaram contra 3,5 mil tártaros e pareciam estar prestes a conquistar uma vitória épica, porém decidiram iniciar uma perseguição contra as tropas fugitivas. Nesse momento, os tártaros pararam de fugir, montaram um contra-ataque e capturaram Vasily, angariando uma boa quantia de recompensa financeira para retorná-lo a Moscou.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Agora independente e unificada, a Rússia passou a cobiçar os territórios do Império Otomano que davam acesso ao Mediterrâneo para as tropas localizadas no Mar Negro. Em 1853, o exército russo invadiu a província balcânica da Moldávia, na Turquia, e uma guerra foi declarada entre os dois países.
Imediatamente, a França e a Grã-Bretanha apoiaram os turcos para impedir que a Rússia tentasse dominar o mundo. Embora a Rússia tivesse o maior exército das quatro potências, seus soldados eram completamente incapazes — principalmente por serem em maioria escravos armados com rifles antigos.
Apesar de vencer algumas batalhas, o poderio russo não aguentou a união dos inimigos e cerca de 1 milhão de seus soldados faleceram durante o conflito armado. Os termos do tratado pós-guerra forçaram a Rússia ainda mais longe de seus sonhos mediterrâneos e a frota russa do Mar Negro foi completamente desmantelada.