Artes/cultura
25/07/2022 às 06:34•2 min de leitura
A árvore da vida é um grande arquétipo que atravessa diferentes culturas. A imagem de uma árvore frondosa que conecta tudo o que já foi criado é um símbolo que aparece nas mitologias céltica, maia, nórdica, no budismo, além de várias outras manifestações.
Tudo o que aparece em uma imagem da árvore da vida tem significado. Sobre este arquétipo, o psiquiatra Gustav Jung já escreveu: "na história do símbolo, a árvore é descrita como o caminho e o crescimento para o imutável e eterno, gerada pela união dos opostos e possibilitando a mesma através do seu eterno já existir".
(Fonte: Ketubah)
A representação de um árvore cheia de galhos apontados para o céu e com raízes que se espalham pelo chão mostra que a natureza está totalmente conectada com tudo o que existe no universo. Nós, enquanto parte dele, também estamos ligados a tudo: temos uma conexão inseparável com o mundo físico no qual estamos enraizados e com o mundo espiritual para o qual rumamos.
Além disso, a árvore da vida também nos ajuda a lembrar de nossa conexão com a natureza, vista como uma mãe com a qual nos conectamos ainda antes do nosso nascimento, e de quem dependemos para poder crescer e florescer.
Os galhos da árvore apontam à nossa ascendência familiar, compartilhada com gerações passadas e futuras. Não por acaso, usamos o termo "árvore genealógica" para indicar estas relações com nossos ancestrais de forma gráfica. Por isso, o crescimento de uma árvore também simboliza o crescimento de uma família, que se ramifica e dá frutos à medida que o tempo passa.
Em razão de ser uma concretização dos princípios da natureza, a árvore da vida também remete aos ciclos de vida e morte. Isto porque as árvores se submetem aos ritmos da natureza: suas folhas caem no inverno e voltam a florescer à medida que a primavera se sinaliza. Isto traz uma representação da vida de todos os seres vivos, que experimentam luz e sombra, morte e renascimento, pois tudo o que vive tem que morrer para poder nascer de novo.
(Fonte: Wahoo Art)
O arquétipo da árvore é tão forte que ele apareceu diversas vezes em obras artísticas. Um exemplo é o quadro The Tree of Life, Stoclet Frieze, feito em 1909 pelo pintor simbolista Gustav Klimt. Trata-se de um mosaico em três partes montado com materiais como mármore, cerâmica, azulejos, esmaltes, pérolas e pedras semipreciosas. Nestes painéis, várias figuras chamam a atenção: a de uma mulher à esquerda, de uma árvore com um pássaro negro pousado em seu galho e de um casal que se abraça.
Outra inspiração foi usada no livro A Árvore da Vida, dirigido em 2011 por Terrence Malik. O filme, que é estrelado por Brad Pitt e Jessica Chastain, aborda a história de uma família enquanto a conecta com imagens que remetem à própria origem do planeta, voltando até a época dos dinossauros.
Uma árvore da vida também é vista no filme de animação O Rei Leão, de 1994. Ela se tornou tão famosa que se tornou o símbolo do parque Animal Kingdom, da Disney.