Por que não esquecemos como andar de bicicleta, segundo a ciência?

Em algum momento da vida você provavelmente já ouviu a expressão "é como andar de bicicleta" quando alguém quer passar a ideia de que você é capaz de lembrar de uma determinada atividade. E, bem, o dito não está errado: uma vez que aprendemos a andar de bike, nosso corpo jamais esquece como fazê-lo. Mas por que isto acontece?

Pode parecer esquisito não lembrar o que teve na janta do dia anterior ou o título do filme do final de semana, mas se subirmos em uma bike basta sair pedalando que está tudo certo, não é mesmo? A boa notícia é que a ciência tem uma resposta para este "fenômeno" — e, é claro, tem tudo a ver com a nossa memória.

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Por que não esquecemos como andar de bicicleta?

Se você algum dia já se perguntou como é possível continuar sabendo a andar de bike mesmo sem ter pedalado pelos últimos anos ou décadas, saiba que a resposta é muito mais simples do que o esperado. O "segredo" está na nossa capacidade de armazenar memória de longo prazo. 

Segundo o neuropsicólogo Boris Suchan, existem dois tipos de memória de longo prazo: a de procedimento e a declarativa, sendo esta última dividida entre a episódica e a semântica. Em um artigo publicado na Scientific American, ele explica que, enquanto a memória episódica é responsável por lembrar de eventos ocorridos durante a vida, a semântica cuida da lembrança de fatos específicos.

(Fonte: Unsplash)

Enquanto isso, cabe à memória de procedimento manter conhecimentos sobre habilidades que aprendemos ao longo dos anos. Informações sobre como dirigir um carro ou andar de bicicleta, por exemplo, são armazenadas em uma área do cérebro à parte das demais memórias. É por isso que alguém com amnésia pode pedalar ou sair por aí dirigindo mesmo sem lembrar o próprio nome.

Isto não quer dizer que é impossível esquecer como se anda de bicicleta. Uma pessoa que venha a sofrer algum dano cerebral que impacte os Gânglios da Base pode perder funções e acabar esquecendo como andar de bicicleta.

Fora isso, como bem explica o Dr. Suchan, já que as memórias responsáveis pela criação e armazenamento de padrões de movimentos fica em uma área do cérebro que sofre muito menos regeneração celular dos nervos, estas habilidades ficam registradas por muito mais tempo na nossa memória.