Artes/cultura
03/09/2022 às 07:00•2 min de leitura
Não existe nenhuma prova de que o Rei Arthur tenha existido, mas sua lenda circunda o mundo, afirmando que ele foi um dos mais importantes líderes da Idade Média. Por sinal, essa é uma história que existe a pelo menos mil anos. Entre os mitos propagados, o soberano retornaria dos mortos para tornar a governar a Inglaterra.
Acontece que a mitologia celta, a literatura e, mais recentemente, o cinema, foram muito mais fortes que a tentativa de averiguar a veracidade de Arthur. Por essa razão, sua existência, apesar da falta de provas, segue alvo de estudo. Entenda!
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(Fonte: Wikimedia Commons)
Surgidas entre a Antiguidade e a Idade Média, as histórias que compõem a mitologia celta abrange um conjunto de lendas irlandesas e britânicas que eram recitadas nas cortes, como uma espécie de história coletiva repassada oralmente. A mais famosa delas é a que trata do Rei Arthur — e de seus cavaleiros
De acordo com esses contos, Arthur seria fruto da relação extraconjugal do rei Uther Pendragon com Igraine, duquesa de Gorlois. A traição teria acontecido com ajuda do mago Merlin, que criou um feitiço que fez de Pendragon capaz de assumir a forma do duque.
Ao ser coroado rei, Arthur teria unificado a Inglaterra, expulsando os saxões e derrotando 11 príncipes rebeldes. Pela vitória, teria ganhando a Távola Redonda, onde, duas vezes por ano, os guerreiros do reino se reuniriam no castelo de Camelot para compartilharem seus feitos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A primeira história a mencionar o nome de Arthur foi um poema galês do final do século VI. Neste poema, era narrada a história de um herói que liderava os bretões em uma batalha sangrenta contra os invasores saxões.
Todavia, foi no século XII que os relatos ganharam mais peso, quando o clérigo Godofredo de Monmouth publicou a obra Na História dos Reis da Grã-Bretanha, em que pretendia traçar a história da nação desde a fundação. No livro existem relatos sobre o caso de Uther Pendragon com Igraine e tudo que se seguia.
Obviamente, a única fonte de informações sobre este rei é a própria obra de Godofredo. Não faltaram nobres a crer nos relatos, que foram mais floreados ainda por outros escritores, partindo do que Godofredo havia escrito para encaixar novos mitos.
A espada mágica de Excalibur, o triângulo amoroso entre Arthur, a rainha Guinevere e Sir Lancelot, e a morte do Rei Arthur. Tudo se tornou grande demais, parte da própria Inglaterra. A popularidade se tornou tão expressiva que estranho era tentar questioná-la.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Sem nenhum documento oficial que comprove, é muito pouco provável que a Távola Redonda e todos os cavaleiros que nela se sentariam para compartilhar relatos de bravura sejam reais. Pesa a favor das lendas que muito do material tenha se perdido nos mais de 10 séculos que separam o surgimento delas dos dias atuais.
Muito dinheiro foi investido em buscas para encontrar documentos capazes de comprovar a história do Rei Arthur. No ramo da literatura, estudiosos acreditam que a ideia de aceitar os contos como verdadeiros parte da tentativa de conferir grandiosidade à história da Inglaterra.
De toda forma, mesmo quem questiona a existência de tudo que circunda a história do nobre rei não é taxativo em descartar sua existência. Algumas hipóteses são levantadas para tal postura.
Talvez porque imaginar um líder carismático seja importante para o ideal de nação que britânicos possuam. Talvez, porque os contos estão tão inseridos no imaginário popular, sendo mais fácil cogitar a sua veracidade do que ter histórias tão presentes no cotidiano serem, tão somente, lendas.