Ciência
20/10/2022 às 11:00•2 min de leitura
Comuns em ecossistemas da África Oriental, os ratos-toupeiras-pelados (Heterocephalus glaber) são seres curiosos que se destacam não apenas pela sua estética estranha, mas por possuir propriedades incomuns aos mamíferos. Em estudos anteriores, sua fisiologia estava ligada ao desbloqueio da imortalidade e à identificação de maneiras de prevenir o câncer, colocando o animal como algo muito além do que sua existência propõe.
A criatura não corre risco de extinção e é totalmente adaptada à vida no subsolo, utilizando seus dentes para cavar e os lábios para filtrar a sujeira de alimentos. Seus olhos são pequenos e normalmente utilizados para ver em locais com pouca iluminação. Além disso, ele é fácil de ser diferenciado dos roedores comuns por sua aparência careca e sem camadas de gordura.
Conheça abaixo alguns fatos curiosos sobre os hábitos de vida do rato-toupeira-pelado!
(Fonte: Smithsonian's National Zoo/Reprodução)
Os mamíferos são animais termorreguladores por essência e conseguem se adaptar às temperaturas externas através da manutenção da temperatura corporal. Porém, o rato-toupeira-pelado é uma exceção devido a seu sangue frio.
Normalmente, essa criatura se desloca rapidamente para uma região mais profunda e fria de sua toca logo após o aumento de temperatura e se aconchega com os companheiros caso esteja muito frio.
(Fonte: Jane Reznick/Gary Lewin/MDC/PA)
Em condições adversas, o rato-toupeira-pelado consegue realizar feitos surpreendentes. Seu organismo supera composições atmosféricas de até 80% de dióxido de carbono e 20% de oxigênio, conseguindo sobreviver até 18 minutos em um ambiente livre de oxigênio sem sofrer nenhum tipo de dano.
Isso ocorre por seu metabolismo ser reduzido nessas condições, fazendo com que seu corpo produza ácido lático para fornecer energia às células.
(Fonte: Thomas Park/UIC/Reprodução)
O rato-toupeira-pelado possui hábitos sociais semelhantes aos de animais como abelhas e formigas. Eles vivem em colônias com gerações sobrepostas, divisão de trabalho e cuidados cooperativos com a ninhada.
Esse sistema é baseado em castas, onde há uma fêmea (rainha) e de um a três machos, enquanto o resto dos ratos são operários estéreis. Após a reprodução da rainha, em uma gestação de 70 dias que acontece uma vez por ano, nascem cerca de 3 a 29 filhotes.
(Fonte: J. Adam Fenster/U. Rochester/Reprodução)
Apesar de estarem envolvidos com teorias de imortalidade, os ratos-toupeira-pelados podem viver até 32 anos — cerca de 11 vezes mais que os camundongos. Seu sistema de reparo de DNA se assemelha ao dos humanos e se destaca por apresentar uma menor taxa metabólica que outros tipos de roedores.
No entanto, o envelhecimento da criatura vai contra a lei de Gompertz, uma lei científica que busca descrever a mortalidade dos seres humanos e de mamíferos no geral e reúne teses sobre mortes naturais e acidentais.
(Fonte: Roland Gockel/MDC/Reprodução)
Os ratos-toupeira-pelados podem ser comprometidos por doenças e outros problemas genéticos, mas sua capacidade de resistência é fora do normal. Eles são altamente resistentes a tumores e expressam o gene p16, que impede a divisão celular após o contato com outras células.
Além de não sentirem dor devido à ausência de um neurotransmissor conhecido como "substância P", seus corpos contêm "hialuronano de massa molecular extremamente alta" e unidades estruturais com ribossomos capazes de fazer proteínas quase sem erros.