Estilo de vida
18/07/2019 às 10:00•2 min de leitura
Pense comigo: você conhece alguém que possui um cargo ou posição em uma empresa, mas parece não estar suficientemente preparado para aquela atividade?
Talvez um executivo que chefia um setor sobre o qual conhece pouco ou quase nada, um professor que não entende adequadamente os conceitos que está ensinando ou uma pessoa que canta como se o mundo inteiro fosse seu chuveiro, desafina, mas age como se estivesse divando?
A explicação para esses comportamentos é — literalmente — a falta de noção de que, em vez de estar abafando, você está levemente passando vergonha. Mas o nonsense nesse caso tem até um nome científico: o efeito Dunning-Kruger, em referência aos caras que o transformaram em ciência.
O psicólogo David Dunning e seu então estudante de pós-graduação Justin Kruger analisaram processos cognitivos para compreender como e por que em alguns casos o ser humano faz uma avaliação incorreta das próprias habilidades e talentos.
E não é por má intenção, não: a gente realmente passa por situações em que achamos que está tudo sob controle, que temos conhecimento suficiente, mas estamos enganados — e aí isso pode resultar em problemas em um projeto que estamos conduzindo ou nos relacionamentos, por exemplo.
Há tempos, os especialistas em carreira e empreendedorismo defendem que possuir autoconhecimento e conseguir enxergar suas próprias limitações e os pontos que exigem melhorias são grandes trunfos de executivos de sucesso, mas isso pode fazer uma grande diferença também em outras áreas da vida.
No fim das contas, a arte feita em PowerPoint que a sua tia enviou no grupo do WhatsApp estava certa: "o que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano". Reconhecer que há por aí muito conhecimento que não dominamos, no entanto, é o grande diferencial de pessoas com grandes chances de sucesso.
O que é mais curioso nisso tudo é que essas pessoas — as conscientes das próprias falhas — acabam se achando menos competentes, enquanto as que que não enxergam as limitações se consideram mais habilidosas, gerando uma inversão de papéis e de autoestima.
E, como isso é uma característica do ser humano de maneira geral, ninguém está livre de tomar um tombo e perceber que era menos competente ou mais ignorante do que pensava.
Para blindar-se contra resultados negativos do efeito Dunning-Kruger, a sugestão é bem simples: estude, busque sempre mais conhecimento e esteja aberto (de verdade) às críticas de quem o cerca.
Aceitar um feedback negativo e refletir a respeito dele é essencial para de fato melhorar em algo, não apenas fingir que você se importa com o que os outros dizem!