Estilo de vida
06/04/2018 às 10:00•4 min de leitura
Por mais que seja o sonho de muita gente, conhecer o mundo inteiro é uma missão mais do que improvável: é impossível. Mesmo para aquelas pessoas que viajam para todos os cantos do planeta, alguns deles nunca poderão ser visitados. Ou melhor, em alguns casos você até pode, mas provavelmente será a última viagem da sua vida. Então é melhor deixar quieto, né?
Estamos vivos e listamos 10 lugares espalhados pela Terra onde, por conta de condições climáticas, domínio de animais selvagens ou proibição de autoridades (e fantasmas), você provavelmente nunca colocará os pés:
Seu verdadeiro nome é Ilha da Queimada Grande, mas seu apelido faz muito mais sentido. O local fica cerca de 30 km distante do litoral paulista e possui a maior densidade populacional natural de cobras do planeta. Alguns estudos dizem que existe uma a cada 5 m² de área, enquanto outros apontam mais de 2 mil vivendo nos 430.000 m² da ilha brasileira. De um jeito ou de outro, parece não valer a pena nem para o melhor encantador de serpentes do mundo (ou para o Van Damme).
A ilha é considerada uma “Área de Relevante Interesse Ecológico”, por isso é protegida por lei e tem o acesso restrito a pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Seu nome oficial também não é por acaso: foi batizada após inúmeras tentativas fracassadas de marinheiros desavisados que tentaram afastar as cobras ateando fogo na mata local. Não deu muito certo.
A dona do pedaço é a jararaca-ilhoa, espécie que só existe por lá. Estudos indicam que seu sucesso se dá pela capacidade de se alimentar tanto de animais terrestres (anfíbios, aranhas e lagartos) quanto de pássaros, subindo até as copas das árvores. Além disso, seu veneno é mais potente que o da maioria das outras jararacas.
Apesar de também ser uma ilha, esta não tem mais semelhança alguma em relação à primeira. Localizada em um dos pontos mais remotos do globo, suas temperaturas ficam abaixo de zero durante todo o ano, e seu território é dominado por um vulcão ativo que sobe por 2.750 metros acima do nível do mar. A área pertence à Austrália, mas fica a mais de 4.000 km do país, perto da Antártida.
Outra ilha, mas com novos motivos para você não fazer uma visita. Apenas 1 km distante da cidade de Veneza, o local está longe de ter uma história romântica. Poveglia serviu como “ponto de quarentena” para viajantes que passavam com suas embarcações de todas as partes do mundo. Ao longo dos séculos, acredita-se que mais de 100 mil pessoas tenham morrido na ilha por conta de doenças, principalmente a peste bubônica.
O pequeno pedaço de terra também abrigou um hospital psiquiátrico e um asilo de idosos. Ambos não tratavam seus residentes com muito, digamos, carinho e faziam pesquisas um tanto cruéis em seus pacientes. Tudo isso fez com que a ilha ficasse com fama de mal-assombrada. Mesmo assim, após ser fechada pelo governo em 1975, a área foi colocada em leilão em 2014, sendo vendida por 513 mil euros para o italiano Luigi Brugnaro, agora prefeito de Veneza.
A ilha localizada a mais de 1.000 km da costa indiana não é habitada por pessoas que foram levadas para morrer, mas sim por uma tribo que mata quem ousa desembarcar por lá. A rejeição aos forasteiros é tão grande que os nativos negaram tentativas de ajuda mesmo quando a região foi uma das mais afetadas pelo tsunami de 2004. Para se ter uma ideia, helicópteros que se aproximaram foram recebidos com pedras e flechas.
Aqui, se você tentar entrar, a recepção será pior do que a na Ilha Sentinela do Norte. Em vez de pedras e flechas, os invasores são recebidos à bala com permissão do governo norte-americano. A Área 51, que não tem esse nome oficialmente, fica no estado de Nevada e é mais uma das inúmeras instalações militares secretas que não permitem a entrada de pessoas sem autorização especial. Ficou famosa pelos diversos relatos de avistamentos de OVNIs nas suas proximidades e, segundo acreditam alguns ufólogos, foi o destino da nave e dos tripulantes extraterrestres do Caso Roswell, em 1947.
Há quem diga que alguns deuses eram astronautas de outras civilizações que visitaram a Terra em outros tempos. Por isso, vamos da ufologia à religião. No Japão, o Santuário Principal de Ise, também conhecido como Kotaijingu, é tão especial para os xintoístas que só é possível ver seu telhado. Toda essa precaução tem motivo: lá dentro está o “Espelho Sagrado” dado pela deusa Amaterasu ao primeiro imperador japonês. A divindade está relacionada ao Sol e ao Universo, sendo considerada “aquela que ilumina os céus”.
Qin Shihuang é considerado o primeiro imperador da China, sendo responsável pela unificação dos povos chineses e pelo projeto de construção da Grande Muralha. Outro grande projeto de engenharia é o seu mausoléu, que levou 38 anos para ser construído há mais de 2 mil anos e fica sob um monte em formato de pirâmide. Os visitantes podem até subi-lo por uma escadaria, mas seu interior nunca foi acessado nem mesmo por arqueólogos. No mesmo complexo subterrâneo foram encontradas as famosas estátuas dos Guerreiros de Xian.
Mas nem sempre tudo o que está enterrado está ligado à morte. O governo norueguês construiu um abrigo subterrâneo para evitar que a vida um dia desapareça da Terra. A construção está a cerca de 1.300 km do Polo Norte e tem capacidade para armazenar 4,5 milhões de sementes dos mais diversos tipos de plantas encontradas no planeta. Se você quiser conhecê-lo, não verá nada além de uma grande porta no meio do gelo, e apenas os poucos funcionários do local podem abri-la.
Enquanto o exemplo norueguês se preocupa com o futuro, o francês busca preservar o passado. O complexo de cavernas localizado no sudoeste do país conta com algumas das pinturas rupestres mais famosas do mundo, feitas por povos que habitaram a região há mais de 16 mil anos. Descobertas em 1940, as grutas foram adicionadas à lista de Patrimônios Mundiais pela UNESCO em 1979 e recentemente tiveram seu acesso restrito devido à degradação causada pela intensa visitação, tanto de turistas quanto de pesquisadores.
Fundada em 1979 como Ufa-105 a mais de 1.500 km de Moscou, Mezhgorye é uma das várias “cidades fechadas” criadas durante a União Soviética. O termo se refere a alguns locais com restrições de acesso até mesmo para a população russa. Nesse caso, a cidade foi construída com objetivos militares, sendo lar de dois batalhões do exército e uma base subterrânea cheia de mísseis balísticos nucleares. Mesmo após o fim da URSS, a cidade seguiu fechada e, hoje em dia, conta com cerca de 17 mil habitantes.