Artes/cultura
19/05/2018 às 06:00•2 min de leitura
A Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia para a Terra Marinha (JAMSTEC) acabou de divulgar resultados de um levantamento no qual encontrou resíduo derivado de sacolas plásticas — como essas que a gente pega no supermercado — no ponto mais profundo que conhecemos em todo o mar: a Fossa das Marianas, no oceano Pacífico, que possui 10.898 metros de profundidade.
Segundo a JAMSTEC, foram encontradas 3.425 partículas residuais de detritos humanos, durante mais de 5 mil mergulhos realizados nos últimos 30 anos. Um terço desses resíduos era composto de pedaços de plástico com tamanhos maiores do que 5 mm, e 90% eram produto da deterioração das famosas sacolas de mercado.
No caso dessa sacola em questão, ela foi vislumbrada em 1998 e já se deteriorou em diversos micropedacinhos, mas 20 anos depois os detritos ainda estão ali.
O fato de tantos restos de plástico estarem localizados em um ponto fixo no bem na região mais profunda fundo do mar à qual temos acesso sugere aos pesquisadores que o mesmo aconteça em outros pontos aos quais ainda não chegamos, o que é lamentável.
O grande problema da presença desses resíduos é a forma como eles afetam a vida submarina: 17% dos pedaços de plásticos encontrados se entrelaçavam de alguma forma com a vegetação e os animais no fundo do mar.
Não são poucos os relatos de pedaços de sacos e sacolas obstruindo a respiração e/ou impedindo o crescimento saudável de animais como baleias, gaivotas e tartarugas, bem como as fotos de regiões — antes paradisícas — agora transformadas em verdadeiros depósitos de lixo descartável, onde a poluição é assustadora.
O uso de plástico descartável é um verdadeiro veneno para o meio ambiente e vem finalmente virando um ponto de preocupação dos governos, mas ainda não com a força necessária — afinal, todos nós brasileiros ainda podemos pegar sacolinhas em qualquer supermercado que visitarmos.
E não estamos falando apenas desse tipo de lixo: canudos, aquelas embalagens que envolvem guardanapos e talheres nos restaurantes, copos descartáveis e demais objetos de plástico que usamos apenas uma vez são extremamente poluentes quando começam a se decompor, transformando-se em microplástico.