Estilo de vida
05/08/2018 às 06:00•2 min de leitura
Em 2017, Hugh Jackman estrelou o filme "O Rei do Show", que contou a história de vida de P. T. Barnum, conhecido como o verdadeiro criador do showbiz e fundador do primeiro circo do mundo. Entre as tantas inovações que surgiram e/ou ganharam espaço com o circo de Barnum estava uma das mais perigosas atrações circenses de todos os tempos: os canhões humanos.
Zazel, uma menina de 14 anos que na vida real se chamava Rosa Maria Richter, foi a primeira a de fato subir em um canhão que utilizava molas para projetar pessoas. O espetáculo era impressionante, com fogos de artifício explodindo ao mesmo tempo que ela ia ao ar.
O número de Zazel se tornou conhecido, mas cada vez que performava o canhão humano, ela se colocava em risco. E foi justamente em um dos arremessos que a pobre adolescente quebrou as costelas e teve que se aposentar da carreira circense.
Considerando que um dispositivo do tipo pode enviar uma pessoa a cerca de 7 a 9 metros de altura e 50 metros de distância, é impressionante que o número de acidentes não seja ainda maior.
Mas calma: o canhão humano não possui o mesmo mecanismo que um de pólvora, portanto não envolve fogo nem explosão. Seu funcionamento acontece normalmente de duas formas: utilizando molas ou ar comprimido para impulsionar o performer.
Não ter explosão, no entanto, não significa segurança. Imagine que a pressão que empurra a pessoa é extremamente alta, fazendo com que ela seja jogada de dentro de um cilindro gigante a uma velocidade de cerca de 100 km/h. A pressão deve ser calculada a partir de tamanho de corpo, peso, velocidade do vento, temperatura, distância desejada e até mesmo umidade do ar.
Apesar desse início acelerado, o grande problema do canhão não é o arremesso, mas sim o desfecho. Mesmo que do outro lado, na hora da queda, a pessoa vá pousar sobre um inflável gigante, se o cálculo do arremesso estiver errado — por exemplo, colocando pressão demais para um corpo mais leve, a pessoa pode ir para mais longe do que o previsto e cair fora do raio calculado, causando um acidente.
Para evitar que isso aconteça, normalmente são feitos testes com objetos com pesos similares ao de quem vai saltar; somente após algumas correções e ter certeza do sucesso, é feito o salto.
Embora a prática tenha ficado famosa com P. T. Barnum, não foi no circo dele que surgiu a primeira tentativa de arremessar um ser humano pelos ares.
Foi em 1871 a primeira aparição de um objeto que seria similar a um canhão humano. Em junho daquele ano, um inglês chamado George Parini patenteou um objeto chamado projetor. Dois anos depois, o primeiro voo foi feito utilizando esse equipamento, e a bala humana era um homem que se vestiu como mulher e usava o nome de Lulu. Ele alcançou uma distância similar a 9 metros de distância já em seus primeiros saltos!
Desde então, vários artistas fizeram carreira como balas de canhão humanas. A família Zacchini, por exemplo, teve 70 anos de tradição nesse número, com 5 dos 7 irmãos performando a atração em apresentações ao redor do mundo.
Mais recentemente, na década de 80, artistas como Jon Weiss contabilizaram mais de 5 mil arremessos, enquanto a família Smith é até hoje uma das mais famosas do ramo. David Smith manteve, por vários anos, o recorde de maior distância alcançada, até que seu filho ultrapassou a marca, voando por 59 metros.
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