Alemanha inaugura seus primeiros trens sustentáveis movidos a hidrogênio

21/09/2018 às 05:002 min de leitura

No dia 17 deste mês, o público se aglomerou na estação de Bremervörde, na Baixa Saxônia, para assistir à cerimônia de lançamento dos dois primeiros trens sustentáveis da Alemanha. Batizados de Coradia iLint e produzidos em parceria com a fabricante francesa Alstrom, os veículos são movidos a hidrogênio e não emitem poluentes na atmosfera — diferente dos anteriores, cujos motores eram a diesel.

Por enquanto, a dupla trabalhará em regime de testes atendendo as cidades de Cuxhaven, Bremerhaven, Buxtehude e Bremervoerde, onde se encontra a plataforma de recarga. Lá, os trens são abastecidos com hidrogênio gasoso que, mesclado com o oxigênio ambiente, é transformado em eletricidade. Dessa forma, a única coisa que os Coradia iLints expelem é vapor, e uma única recarga é o suficiente para um dia inteiro de operação.

“A tecnologia livre de emissões do Coradia iLint provê uma alternativa climática amigável aos trens a diesel convencionais, especialmente em linhas não eletrificadas”, declarou o Dr. Bernd Althusman, ministro da Economia e do Transporte da Baixa Saxônia. A expectativa é de que, neste primeiro momento, os dois trens atendam 2 milhões de passageiros em sua rota de 100 quilômetros. A velocidade máxima é de 140 km/h.

“Estamos colocando o primeiro trem de passageiros com tecnologia de célula de combustível na pista. Esse é um forte sinal para a mobilidade do futuro. O hidrogênio é uma alternativa real, de baixa emissão e eficiente ao diesel. Esses trens podem ser operados de forma limpa e ecologicamente correta”, explicou Enak Ferlemann, comissário do governo federal para o transporte ferroviário da Alemanha.

Futuro limpo

Se tudo der certo, a Alstrom pretende entregar 14 trens e uma segunda estação de recarga até 2021, simbolizando uma redução significativa na emissão de poluentes no país. A meta da Alemanha é reduzir seu lançamento de gás carbônico em 40% até 2020 em comparação com os níveis de 1990. Naturalmente, o preço de toda essa operação é um tanto salgado: o país está investindo 81 milhões de euros no projeto.

Vale a pena lembrar que a própria França também pretende adotar trens movidos a hidrogênio, mas apenas em 2022. Dentre outros países europeus que pretendem entrar na brincadeira, podemos citar a Dinamarca, a Noruega, a Itália, o Canadá e os Países Baixos.

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