Artes/cultura
05/11/2019 às 04:00•2 min de leitura
Imagine uma peça com quase 2,3 quilos e coberta com mais de 400 pedras preciosas e semipreciosas, como rubis, safiras, topázios, turmalinas, ametistas, granadas, zircônias e águas-marinhas, montadas em uma estrutura de ouro maciço, prata e platina. Agora, imagine que essa mesma peça vem sendo usada desde o século 17 para coroar reis e rainhas da Inglaterra, incluindo Elizabeth II, a atual monarca. Você conseguiria colocar um preço nessa relíquia? Veja uma imagem dela:
Conhecido como Coroa de Santo Eduardo, o belíssimo artefato foi originalmente criado por Sir Robert Viner em 1661, para a coroação de Carlos II, em substituição a uma coroa medieval do século 11 que foi derretida por parlamentares em 1649. Hoje a peça é considerada como a mais importante das Joias da Coroa Britânica – que é o nome dado ao conjunto formado pelos cetros, espadas, anéis, orbes, vestimentas e outros objetos usados durante as cerimônias de coroação –, o que é curioso, uma vez que ela foi usada para coroar apenas 4 monarcas e, até o comecinho do século 20, as pedras preciosas e semipreciosas eram todas emprestadas.
Pois é, caro leitor! Durante 3 séculos, toda vez que a coroa era posta em uso, as joias eram cedidas para as cerimônias e devolvidas depois – isso até a monarquia britânica resolver que era hora de adquirir a sua própria coleção de pedras, por ocasião da coroação do avô de Elizabeth II, George V. Mas, voltando ao assunto de quanto a Coroa de Santo Eduardo custa, apesar de ela ter valor inestimável, por conta de sua história e significado, a relíquia foi avaliada recentemente!
Na realidade, de acordo com Ellen Gutoskey, do site Mental Floss, para pôr o preço correto na Coroa de Santo Eduardo, seria necessário que um joalheiro especializado removesse cada uma das pedras incrustradas nela e a desmontasse completamente. Entretanto, o pessoal do SavingSpot resolveu se lançar na complexa tarefa de avaliar a coroa e, além de descontruir o artefato (virtualmente, claro!), realizou extensivas pesquisas – consultando livros, guias internacionais de pedras preciosas, registros históricos e até o catálogo do fornecedor de tecidos da Rainha, visto que o objeto também contém veludo e arminho.
Você pode ver a “desconstrução” e o detalhamento dos valores de cada item na imagem a seguir, mas, segundo estimou a equipe, as safiras presentes na Coroa de Santo Eduardo são os elementos mais valiosos, batendo mais de US$ 2,1 milhões (perto de R$ 8,6 milhões), seguidos pelas turmalinas e pelo ouro, avaliados em US$ 345 mil e US$ 87 mil – ou quase R$ 1,4 milhão e mais de R$ 347 mil –, respectivamente.
Os componentes mais “baratos” do conjunto são o veludo, custando US$ 3 (mais ou menos R$ 12), e o arminho, estimado em US$ 34 (perto de R$ 136), e o artefato completo foi avaliado por US$ 4.519.709 – equivalentes a pouco mais de R$ 18 milhões –, o que não é nada perto do valor da coleção completa das Joias da Coroa, que, segundo dizem, vale mais de US$ 3.5 bilhões ou perto de R$ 14 bilhões. Apenas.
Também dizem que todos os itens se encontram na Torre de Londres, onde podem ser visitados sob um forte esquema de segurança, mas os rumores é de que, apesar de serem valiosíssimas, as peças não passam de elaboradas réplicas.