Ciência
25/04/2020 às 03:00•2 min de leitura
Muita gente ainda se pergunta onde e por quanto tempo o SARS-CoV-2, vírus causador da pandemia de gripe covid-19, pode permanecer ativo. É possível a contaminação tocando no cabelo ou na barba? Ou no que os Correios entregam?
O jornal New York Times ouviu especialistas para responder essas dúvidas.
Se você estiver isolado e respeitando, ao sair, as regras de isolamento social (manter a distância entre as pessoas, evitar aglomerações, evitar sair se não for extremamente necessário), mesmo se alguém chegar perto o suficiente para espirrar na sua nuca a contaminação seria improvável.
Segundo o infectologista pediátrico da Escola de Medicina da Universidade de Washington Andrew Janowski, "é preciso uma quantidade X de vírus no espirro e Y de gotas de saliva caindo sobre você. Além disso, você ainda precisaria tocar no cabelo e, depois, no rosto. Ou seja, é necessária toda uma sequência de eventos que precisa acontecer na ordem certa e, ainda, carregando a carga viral necessária para que a contaminação aconteça. O risco de alguém ser infectado pelo próprio cabelo é muito baixo.”
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A barba pode tornar o uso da máscara de proteção ineficiente.
Segundo o The New England Journal of Medicine, o SARS-CoV-2 permanece ativo em plástico e aço inoxidável até três dias e em cobre e papelão, até um dia. A pesquisa não cita tecidos ou papel, mas o que foi observado dá pistas sobre sua sobrevida em roupas e correspondências.
O papelão (como o papel) é um material absorvente, e ele resseca e ajuda a desintegrar o vírus mais rapidamente do que quando o covid-19 se deposita em superfícies metálias, por exemplo.
Em 2015, um estudo foi feito sobre a sobrevida do coronavírus da gripe causadora da síndrome respiratória aguda grave (SARS). Os pesquisadores testaram sua viabilidade em papel e em um vestido de algodão. Dependendo da sua concentração, foram necessários cinco minutos, três horas ou um dia para que o vírus se tornasse inativo (neste último caso, a concentração do vírus foi altíssima).
Não há casos registrados de alguém que tenha se contaminado via correios.
Por isso, o risco de ser contaminado por aquilo que chega pelos correios (mesmo se forem compras vindas da China) ou mesmo lendo um jornal é muito baixo e, ainda, teórico. Em caso de dúvidas, lave as mãos como recomendado depois de manusear jornais, a correspondência ou caixas de entregas.
Se for possível, simplesmente deixe tudo (cartas, pacotes, roupas, bolsa, chaves, sapatos) em uma “estação de descontaminação” perto da porta de saída.
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Não se preocupe: seus boletos não transmitem covid-19 via TecMundo