Ciência
17/06/2020 às 02:00•2 min de leitura
Kanittha Thongnak, uma tailandesa de 40 anos de idade, tem atraído a atenção nas mídias sociais pela maneira inusitada que escolheu para vender roupas em seu brechó na internet. Como a maioria das peças à venda vem de pessoas falecidas, a empresária resolveu se vestir de zumbi em suas lives.
Seguindo a máxima do empreendedorismo de que crises são os melhores momentos para novas oportunidades de negócios, ela imaginou que a pandemia de covid-19 poderia ser uma abertura para as pessoas comprarem as roupas deixadas pelos mortos, um nicho considerado tabu na Tailândia, segundo país do mundo a anunciar infectados depois da China.
Para sua decepção, o seu local de venda, as ruas da cidade de Chon Daen, no norte do país, foi interditado pelas autoridades durante as medidas de isolamento social. Sem ter acesso aos compradores, Thongnak resolveu tentar a sorte online. As primeiras lives tiveram poucos espectadores e quase nenhuma venda — até que ela teve a ideia inusitada.
(Fonte: Thairat/Facebook)
Na noite do seu 40º aniversário, ela não teve festa nem água corrente em casa. Desanimada, cobriu o rosto com uma base branca, como se fosse um fantasma, para a transmissão ao vivo daquele dia. Curiosamente, em vez de afastar os seus poucos espectadores, a aparência fantasmática acabou atraindo mais seguidores.
Em menos de 1 semana, as lives de Thongnak pularam de algumas dezenas de gatos pingados para cerca de 4 mil pessoas. As vendas acompanharam a explosão de audiência e igualmente dispararam. Embora ela não revele os números, garantiu que jamais ganhou tanto dinheiro, nem mesmo quando estava vendendo nas ruas.
A vendedora zumbi inicia as transmissões por volta das 22h e fica online até as 3h, horário que não é considerado ideal para esse tipo de comércio. No entanto, milhares de pessoas ficam acordadas apenas para assistir às lives dela, o que continua alavancando as vendas.
Quando não está fazendo o cosplay, a empresária passa parte do dia em um templo da cidade, onde as roupas dos mortos são benzidas pelos sacerdotes antes de serem leiloadas para ajudar as obras de caridade do local.
Perguntada se vê algum problema em se vestir de morta e com roupas de mortos durante as apresentações, Thongnak respondeu, citando uma frase da personagem Maggie Greene da série The Walking Dead: "Você faz o que tem que fazer".