Estilo de vida
25/11/2020 às 03:00•2 min de leitura
Ao final da Segunda Guerra Mundial em 1945, um dono de motel na Espanha entraria na história como uma das peças fundamentais para a queda do nazismo alemão. Conhecido como Agente GARBO, Juan Pujol García serviu como agente duplo para os Aliados e os ajudou a reverter a situação do conflito armado.
García ganhou seu codinome pela sua grande capacidade de atuação para ludibriar o exército nazista, sendo comparado à grande atriz Greta Garbo. Durante dois anos, ele fingiu seu um fanático pelo partido nacional alemão, conquistou a confiança de líderes militares de Adolf Hitler e forneceu informações falsas que impactaram no rumo da batalha travada no Dia D, na Normandia.
Nascido em 1912 em Barcelona, Juan cresceu dentro de uma família rica e trabalhou em alguns cargos diferentes durante sua juventude. Desajustado e sem saber seu lugar no mundo, sua vida mudou de rumo quando foi chamado para servir a Guerra Civil Espanhola em 1936.
Durante seis meses, García teve que servir no conflito travado entre o partido republicano fascista e os nacionalistas comunistas. Sem se considerar leal a nenhum dos lados, o rapaz decidiu não disparar um único tiro durante a guerra. Enquanto o império de Hitler crescia durante 1939, o espanhol havia adquirido um desdém pelo fascismo e pelo comunismo.
Então, decidiu abrir um motel na cidade de Madrid, enquanto seu país seguia em meio ao caos. Com o início da Segunda Guerra Mundial, o empreendedor decidiu que precisava contribuir para o bem da humanidade e decidiu oferecer uma proposta irrecusável para o exército britânico: trabalhar como espião.
Foram precisos anos de convencimento, diversas reuniões e uma aproximação antecipada às forças nazistas até que Juan Pujol García conseguisse convencer as autoridades do Reino Unido de que um simples dono de motel possuía as ferramentas necessárias para se infiltrar entre os nazistas e ajudar os Aliados.
Através de relatórios falsos ou calculadamente atrasados para prejudicar os países do Eixo, em 1944 o Agente GARBO executava seu trabalho como espião com tamanha precisão que absolutamente nenhuma pessoa entre os nazistas ousava questioná-lo, o que posteriormente acarretaria em uma enorme derrota em território francês.
Durante a invasão dos aliados nas praias da Normandia, García seguiu fornecendo informações incorretas que mantiveram boa parte do exército alemão longe do principal campo de batalha, abrindo espaço para uma grande vitória que seria crucial para estabelecer os últimos dias de guerra.
Por fim, os alemães nunca descobririam sobre sua traição e ainda lhe pagariam uma quantia substancial de US$ 1 milhão por seus serviços. Apesar de sua “derrota”, o espanhol ainda seria condecorado com uma Cruz de Ferro entregada diretamente por Adolf Hitler.