Ciência
10/03/2021 às 15:00•3 min de leitura
Alphonse Gabriel Capone, o Al Capone, é um dos mafiosos mais conhecidos do mundo. Ele controlava o comércio ilegal de bebidas alcoólicas em Chicago durante a Lei Seca, na década de 1920, e cometeu crimes diversos para manter o posto de liderança na região.
Só que o criminoso também era um pai de família amoroso e dedicado, segundo relatos. E a história do seu único filho, que não foi atraído pelo crime, carece de detalhes até hoje.
Filho de Al e Mary Josephine Coughlin, a Mae, Albert Francis Capone Jr. nasceu em Nova York no dia 4 de dezembro de 1918, mesmo ano do casamento dos pais.
Antes de completar um ano de vida, foi para Chicago com os pais, após Al receber uma oferta de emprego de segurança em uma casa noturna — anos antes de se transformar em um chefe da máfia.
Al e o filho Sonny (à esquerda) durante um jogo de beisebol em Chicago (Fonte: Associated Press/Reprodução)
"Sonny", como era conhecido o menino, teve uma infância difícil. Ele teve uma infecção grave no ouvido que o deixou parcialmente surdo do ouvido esquerdo — e é aí que as lendas começam.
Primeiro, há o mistério sobre a origem da doença: conta-se que Capone contraiu sífilis no novo emprego, e teria passado a doença para a esposa, antes de ela dar à luz.
Há rumores de que Sonny poderia não ser filho de Al ou de Mae, já que a doença pode ter deixado um dos pais ou ambos estéreis. Isso, entretanto, nunca foi comprovado.
Mae e Sonny (Fonte: Wikimedia Commons)
De acordo com algumas fontes, foi na viagem para a consulta do filho em Nova York que Al acionou alguns contatos e começou a negociar o contrabando de bebidas que o deixou tão poderoso.
Já a vida do filho tomaria outros rumos. Ele foi estudar na renomada St. Patrick School, onde ficou amigo de figuras como Desi Arnaz, o ator cubano da série I Love Lucy. Curiosamente, Arnaz mais tarde atuou como produtor em Os Intocáveis, série que mostrou os crimes do pai do amigo.
Mais tarde, ele ingressou na faculdade em Notre Dame, finalizando os estudos na Universidade de Miami. Neste período de sua vida, na década de 1940, o pai já estava preso por crimes fiscais. Al deixou a prisão depois de sete anos e faleceu aos 48 anos em 1947, em uma casa em Palm Island, ao lado do filho.
Até a mudança de nome virou notícia.
O rapaz então trocou o sobrenome para evitar perseguições e traçar o próprio rumo sem a sombra do pai: Albert Francis Capone virou Albert Francis Brown.
A carreira de Sonny foi totalmente desvinculada do pai, sem qualquer apoio financeiro. O que se sabe, entretanto, é que Al amava muito o filho, era um pai dedicado e não envolveu o filho em suas atividades clandestinas.
Já na vida adulta, ele saltou entre vários empregos: trabalhou em um restaurante com a mãe, foi distribuidor de pneus e até vendedor de carros — tendo pedido demissão após descobrir que o chefe estava adulterando equipamentos de medição para conseguir mais clientes.
Sonny no dia em que foi preso, aos 45 anos (Fonte: Worthpoint/Reprodução)
A única vez que ele foi preso foi por tentar furtar uma loja de conveniências: ele foi pego com duas aspirinas e algumas pilhas no bolso, pegando apenas condicional.
Entretanto, documentos do FBI revelam que ele ao menos ameaçou matar Ted Kennedy, o senador irmão do ex-presidente dos EUA, John F. Kennedy, em 1968. Assim como vários outros episódios da vida do rapaz, esse episódio também é envolto em mistério.
Sonny morreu aos 85 anos, em julho de 2004, de forma totalmente anônima. Ele residia na pequena cidade de Auburn Lake Trails, na Califórnia, estava no terceiro casamento e deixou filhos e netos — todos já completamente desvinculados da imagem do parente mais famoso.