Artes/cultura
26/07/2021 às 10:00•2 min de leitura
Em 1972, um estudo científico com aspecto apocalíptico, feito pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos EUA, previu que o rápido crescimento econômico, aliado ao total desprezo da humanidade pelo meio ambiente e pelos próprios seres humanos, iria causar um colapso social massivo em meados do século XXI.
Fonte: Getty Images/Reprodução
Decorridos quase 50 anos, um novo estudo, feito pela diretora de uma das maiores firmas de contabilidade do mundo, chegou à conclusão que o famoso best-seller do MIT, chamado “Limites para o crescimento” é bem mais consistente do que pensávamos. A nova pesquisa, considerada uma atualização de dados do arquivo original, mostra um crescimento econômico decadente e o colapso total da sociedade em 2040.
Considerada um modelo dinâmico do sistema, a previsão de 1972, que foi publicada pelo Clube de Roma, chamou, a princípio, a atenção de muitos especialistas e lideranças. No entanto, o andamento das previsões do MIT acabou sendo ridicularizado por muitos críticos.
Fonte: Getty Images/Reprodução
Publicada na revista Journal of Industrial Ecology, a “Atualização dos limites para o crescimento” foi conduzida pela diretora da neerlandesa Klynveld Peat Marwick Goerdeler (KPMG), Gaya Herrington. A executiva reconheceu ter realizado o estudo como um projeto pessoal, no qual visava refutar as previsões com base em dados empíricos atuais.
Feita quase meio século depois, a pesquisa atual naturalmente se beneficiou de uma maior disponibilidade de dados desde as atualizações anteriores, e incluiu um cenário inédito e duas variáveis que não haviam sido parte das demais comparações realizadas.
Os dois cenários que mais se aproximaram dos dados observados confirmaram uma interrupção no estado de bem-estar, alimentação e produção nas próximas décadas, colocando em xeque a adequação do crescimento econômico contínuo como grande meta da humanidade para o século XXI.
Fonte: Vincent Callebaut Architectures/Reprodução
Embora o estudo confirme a inutilidade do crescimento contínuo, também conclui que o progresso tecnológico e o aumento de investimentos em serviços públicos podem evitar o risco de um colapso total, além de resultar em uma nova civilização estável e próspera, operando de forma sustentável em níveis planetários. A má notícia é que temos menos de dez anos para promover essa transição.