Suborno e ameaça: os escândalos das Olimpíadas da Antiguidade

06/08/2024 às 10:052 min de leituraAtualizado em 06/08/2024 às 10:05

Apesar de na Grécia Antiga os atletas não terem substâncias ilícitas que melhorassem seu desempenho durante os Jogos Olímpicos, trapacear durante as competições era o único meio de eles conseguirem obter algum tipo de vantagem contra seus adversários.

Foram vários fatores que contribuíram para evitar que os competidores burlassem a competição, como leis, juramentos, os oficiais vigilantes, tradição, honra pessoal e até o medo dos açoites em praça pública. 

Embora tudo isso tenha contribuído para manter as Olimpíadas limpas — e muitas delas foram ao longo dos séculos —, não impediu totalmente que muitos competidores jogassem sujo.

Acompanhe a leitura para entender um pouco mais dos acontecimentos desastrosos das Olimpíadas na Antiguidade!

Vencer a todo custo era o objetivo nas Olimpíadas da Antiguidade

Vencer era o principal objetivo nas Olimpíadas da Antiguidade. Devido a isso, muitos recorriam à práticas contraditórias para fazer o oponente perder. (Fonte: ThoughtCo/Reprodução)    

Visto que não ousavam trapacear diretamente nos jogos, os gregos usaram de sua criatividade para tentar fazer seus adversários perderem. Alguns deles tentaram azarar os atletas através de superstições, usando de maldições escritas em tiras de chumbo e colocadas onde a pessoa costumava se preparar para a competição.

Entretanto, conforme os escritos de Pausânias, um viajante do século II d.C., os subornos e trocas de favores estavam entre os maiores truques nas Olimpíadas antigas.

Inclusive, esse fato aconteceu em 388 a.C., durante a 98ª edição dos Jogos Olímpicos. Um boxeador chamado Eupolus, da Tessália, subornou três de seus oponentes para deixá-lo vencer. 

Todos foram multados e, para humilhá-los e servirem de exemplo para os futuros trapaceadores, seis estátuas de bronze com inscrições sobre o escândalo foram erguidas em pedestais que levavam aos estádios antigos.

Devido a um suborno de um competidor, foram levantadas seis estátuas de bronze que revelavam suas trapaças.(Fonte: Pinterest/Reprodução)

Além disso, os próprios juízes cometiam trapaças nas Olimpíadas Antigas. Um exemplo foi no caso em que funcionários votaram para coroar um membro de sua própria cidade-estado, em um claro conflito de interesses. 

Isso também aconteceu nos Jogos de Inverno de 2002, quando um juiz francês deu notas altas aos patinadores russos, supostamente em troca de uma nota maior dada por um juiz russo.

Mesmo que não existisse substâncias ilícitas para aumentar a força e resistência, os antigos davam um jeitinho para competir com vantagem.(Fonte: National Geographic/Reprodução)

As cidades-estados também apresentaram problemas. Em 420 a.C., Esparta foi banida das Olimpíadas por violar um tratado de paz, mas um de seus atletas entrou na corrida de bigas fingindo representar Tebas. 

Ele venceu e revelou de onde vinha de verdade. Ele foi açoitado e a vitória foi registrada como indo para Tebas, sem nenhuma menção ao nome do atleta — o que era considerado uma punição ainda pior.

Mesmo com toda a modernidade de hoje e o sistema rígido de punição, como aconteceu com a expulsão da Rússia das Olimpíadas após o escândalo de doping de 2019, as pessoas sempre encontram truques para melhorar o seu desempenho em uma competição que pode determinar todo o seu futuro.

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