Ciência
19/02/2022 às 08:00•2 min de leitura
Foi só 41 anos após a fundação do Departamento Federal de Investigação (FBI) que surgiu a famosa lista dos "Mais Procurados do FBI", hoje tida como referência para várias agências de segurança internacional espalhadas pelo mundo.
Tudo começou com uma notícia publicada em 1949, que tinha como foco "os caras mais durões" que o departamento estava perseguindo no momento. Ninguém esperava que o artigo fosse panfletado em todos os cantos da mídia, e que essa força-tarefa fosse facilitar a vida dos agentes.
(Fonte: FBI/Reprodução)
Dado o sucesso repentino do artigo, o então diretor do FBI, o polêmico J. Edgar Hoover, não viu outra saída senão estabelecer um programa formal no ano seguinte para capturar esses criminosos.
A primeira lista dos "Dez Fugitivos Mais Procurados pelo FBI" foi publicada em 14 de março de 1950 e, graças a ela, ao longo dos anos, muitos criminosos foram localizados e capturados.
Com isso, certamente você já deve ter se perguntado como é o processo de curadoria desses criminosos de alta periculosidade, quais são os critérios e fatores considerados para fazer o corte daqueles que merecem as "honras" de figurarem entre os 10 piores do momento.
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(Fonte: Dave Mathias-Post Archive/Getty Images)
Bem, as autoridades norte-americanas sempre buscaram a ajuda dos cidadãos para a captura de criminosos, mas não se sabe exatamente quando passaram a distribuir cartazes com o rosto de procurados pelos locais antes do FBI existir.
Segundo o historiador do FBI, John Fox, em entrevista ao SFGATE, o governo começou a usar Ordens de Identificação (IOs) em meados de 1919, como meio de capturar fugitivos. Os panfletos consistiam em informações detalhadas, com fotos, especificações do crime, histórico criminal e impressões digitais da pessoa, se estivessem disponíveis.
O agente Kevin Perkins relatou à NPR que o processo de confecção da lista dos "Dez Mais Procurados do FBI" se tornou um trabalho tão árduo quanto era os de IOs.
“O primeiro critério que consideramos, é que eles são uma ameaça presente à sociedade, seja por um crime de violência, ou em alguns casos, terrorismo. E o segundo critério é que estamos procurando pessoas que achamos que, com a ajuda do público, conseguiremos capturar em um período bastante rápido”, disse ele.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Os 56 escritórios de campo do FBI enviam seus candidatos para serem incluídos na pré-seleção dos 10 mais procurados com base nos critérios apontados por Perkins. Nesses documentos, são inclusas informações importantes, como histórico de buscas e meios de investigação.
O perfil dos candidatos então é analisado e encaminhado à cadeia de comando até chegar ao diretor do FBI para aprovação. A partir do momento em que entram para o ranking, seus nomes só são removidos quando existe captura ou morte comprovada. Raras foram às vezes que um fugitivo foi removido porque não era mais uma ameaça perigosa para a sociedade.
Segundo o FBI, mais de 500 fugitivos estão na lista desde sua criação, dos quais 490 foram encontrados ou presos até o momento.