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23/04/2022 às 05:00•2 min de leitura
Muito antes das Forças Armadas dos EUA recrutarem artistas para fazer tanques infláveis em 1944 para enganar os alemães, durante a Segunda Guerra Mundial, e do próprio mágico Jasper Maskelyne fazer o mesmo do exército da Grã-Bretanha — esse tipo de truque já havia causado muita confusão, como aconteceu quando Napoleão III entrou em contato com Robert Houdin.
Jean-Eugène Robert-Houdin, um artista francês nascido em 7 de dezembro de 1805, considerado o "pai da mágica moderna", ficou encantado pelo ilusionismo quando ainda bem jovem ao assistir outros mágicos muito de perto para entender como tudo funcionava, principalmente se eles cometessem algum erro.
Antes de se tornar "O Grande Robert Houdin" — de quem Harry Houdini tiraria o nome célebre como inspiração —, ele passava seu tempo construindo relógios na loja de sua família, o que facilitou na confecção de dispositivos que serviram de inspiração para grandes nomes do ilusionismo do século XX.
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(Fonte: Wikimedia Commons)
O primeiro passo para a grande mudança na vida de Houdin aconteceu quando ele construiu um teatro inteiro no antigo Palais Royal, em Paris, para poder se apresentar como mágico, atraindo multidões pela maneira sólida como se vestia, sem nenhum tipo de parafernália brilhante ou roupas extravagantes, muito diferente dos outros mágicos. Ele elevou o status do ilusionismo a um patamar quase sobrenatural, algo endossado e sustentado por Houdini mais tarde.
Em 1856, suas habilidades mágicas surpreendentes chegaram aos ouvidos do imperador Napoleão III, que queria conquistar a colônia francesa da Argélia depois que uma rebelião de nativos despertou preocupação. Para isso, ele buscou o mágico para manter o controle da colônia e impedir que os santos dos religiosos, conhecidos como marabus, "incentivassem" a rebelião e causassem uma guerra.
(Fonte: Star Film/Reprodução)
Para controlar a situação, Houdin usou do seu ilusionismo para convencer o povo de que a magia francesa era mais forte do que a argelina, o que evitaria confronto e derramamento de sangue.
O mágico realizou uma variedade de truques que desestimularam os nativos e aumentou o medo contra os franceses, provando, por exemplo, a fraqueza dos marabus ao fazer um homem musculoso não conseguir levantar uma simples caixa com alça do chão. Eles se convenceram que suas armas eram inúteis e nunca seriam tão poderosas quanto as da milícia francesa.
O que Houdin fez o consagrou para sempre no teatro do ilusionismo, servindo de inspiração para uma geração de mágicos que prosperaram durante os séculos XIX e XX, tanto na Europa quanto na América.