A bizarra e complicada Maratona Olímpica de 1904

11/09/2022 às 07:002 min de leitura

Os Jogos Olímpicos de 1904, em St. Louis, marcaram a primeira vez que o evento foi realizado fora da Europa. Apesar disso, a edição mais ficou conhecida pela quantidade de incidentes durante a competição.

Um dos lutadores de boxe foi pego usando um nome falso. A prova de 400 metros foi disputada por treze atletas em uma pista sem raias. As competições de natação foram realizadas em um lago assimétrico. Mas, de todos os problemas, talvez os piores aconteceram durante a maratona.

Uma completa bagunça

Atletas disputando espaço nas ruas com carros. (Fonte: Wikimedia Commons)Atletas disputando espaço nas ruas com carros. (Fonte: Wikimedia Commons)

Tudo começa pelos competidores da prova. Dos 32 participantes, oito não eram atletas profissionais e conquistaram a vaga ao participarem de uma corrida de 11 quilômetros. Felix Carvajal, um carteiro cubano, foi um deles. Ele imaginava que sua rotina de entrega já lhe servia como treino, e quase ficou fora da prova após perder o dinheiro do patrocínio em um jogo de dados.

Os Jogos Olímpicos de 1904 marcaram também a primeira participação de negros na competição, mas isso não é um motivo de orgulho. Len Taunyane e Jan Mashiari eram dois zulus da tribo Tswana, da África do Sul. Eles estavam na cidade para participar da exposição da Feira Mundial — que ocorria paralelamente à competição. Sem qualquer preparo, eles foram colocados descalços e com chapéus de palha para correr, provocando risos entre o público.

A corrida teve início às 15 horas, em uma tarde ensolarada de agosto que registrou temperaturas de mais de 55?°C. Para piorar a situação, a corrida contou com apenas dois postos com água, porque James Sullivan, o organizador dos Jogos de St. Louis, estava interessado em observar os efeitos da desidratação nos atletas.

E entre esses dois pontos de hidratação, os competidores precisaram dividir espaço com o tráfego das ruas e da ferrovia e até mesmo com pessoas passeando porque a rota da maratona não estava isolada.

Uma corrida muito louca 

Hicks sendo carregado durante a prova. (Fonte: Wikimedia Commons)Hicks sendo carregado durante a prova. (Fonte: Wikimedia Commons)

Não demorou para que a prova fugisse completamente do controle. Um dos sul-africanos foi perseguido por cães selvagens por cerca de um quilômetro e meio fora do trajeto da corrida. Já o carteiro cubano conseguiu contornar as restrições de hidratação comendo frutas que encontrava pelo caminho. Ele só não contava com as cólicas estomacais das maçãs que ele comeu, e que fizeram ele também ter que abandonar a prova.

A corrida ainda teve um pedreiro, Fred Lorz, que para não deixar que as cãibras o parassem, pegou uma carona de carro e chegou a acenar para os rivais enquanto passava por eles. Nem Thomas Hicks, o vencedor da prova, teve uma corrida fácil. No quilômetro 10 ele estava tão desidratado que uma equipe de treinamento de dois homens correu para ajudá-lo.

A dupla preparou uma mistura de gemas de ovos com estricnina (que se acreditava ser um estimulante) e uma dose de conhaque para reanimá-lo. No quilômetro final ele desabou no chão e precisou ser reerguido e levado pelos dois homens até a linha de chegada. Lorz havia terminado a prova antes, mas ao ser revelado que ele roubou, foi desclassificado e a vitória foi dada oficialmente a Hicks. 

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