'Acoustic Kitty': o projeto da CIA que transformava gatos em espiões

08/07/2023 às 08:002 min de leitura

A Guerra Fria foi um período de grande tensão política global, visto que os Estados Unidos e a União Soviética disputavam controle de influência sobre outras nações por meio de exibições claras de poder — seja midiático, bélico ou governamental. A pressão era tanta para ganhar a "guerra sem disparos" que o governo norte-americano passou a torrar dinheiro em planos para derrotar seus rivais.

Um dos mais curiosos projetos foi apelidado de "Acoustic Kitty", um programa de pesquisa ultrassecreto comandado pela CIA que pretendia testar se gastos domésticos poderiam ser usados para espionar agentes soviéticos. Embora pareça um enredo de filme ruim, tudo fez parte de algo real e documentado. Veja mais sobre essa loucura nos próximos parágrafos!

Gatinhos espiões

National Security Archive(Fonte: National Security Archive/Reprodução)

Todo o projeto bizarro da CIA teve início por conta do programa de televisão dos anos 1970 The Six Million Dollar Man. A história mostrava um piloto de testes gravemente ferido que foi reconstruído com peças mecânicas e transformado em uma espécie de herói-ciborgue. Sentindo-se inspirado, o serviço secreto norte-americano quis criar um superespião ciborgue também, mas a partir de um gato.

Para dar início aos testes, o Escritório de Pesquisa Técnica e o Escritório de Pesquisa e Desenvolvimento da CIA gastaram cinco anos e cerca de US$ 20 milhões no projeto "Acoustic Kitty". Os preços assustadores foram resultado do alto grau de dificuldade técnica para concluir tal ação nunca antes feita.

Tendo em mente que muitas tecnologias modernas ainda não existiam, os cientistas da CIA tiveram que descobrir como equipar discretamente um gato com microfone, antena, transmissor e bateria. No final, um transmissor de 2 centímetros foi implantado na base do crânio do animal e um microfone costurado em seu canal auditivo. A antena, por sua vez, foi tecida no pelo do rabo do felino.

Fracasso iminente

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Como qualquer um pode ter ideia, o plano mirabolante da CIA para espionar os soviéticos não deu nem um pouco certo. Em entrevista ao The Telegraph, em 2001, o ex-agente da CIA Victor Marchetti chegou a dizer que o governo gastou muito dinheiro em uma "monstruosidade". 

Porém, a história não acaba por aí. Tempos depois, a CIA passou meses tentando treinar o gato robótico a seguir instruções simples. Contudo, eles esqueceram de pensar que gatos não são exatamente os animais mais fáceis do mundo de serem comandados.

Segundo Marchetti, o animal se afastava quando estava com fome e os cientistas tentaram inibir essa ação. Os primeiros resultados foram animadores, mas tudo desmoronou quando chegou a hora do primeiro teste de campo. Usando uma van sem identificação, os profissionais do governo norte-americano estacionaram em uma rua, abriram a porta do veículo e deram ao felino ciborgue a ordem de chegar perto de dois homens conversando em um banco.

Assim que o animal pisou para fora da van, ele acabou sendo atropelado por um táxi. Dessa forma, os US$ 20 milhões de investimentos feitos pelos Estados Unidos acabaram morrendo bem em frente aos agentes da CIA. O evento foi tão traumático que os especialistas decidiram parar por aí.

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