Artes/cultura
06/08/2023 às 07:00•3 min de leitura
Chama-se de estereótipo o conceito ou imagem pré-concebida sobre alguém ou algo que costumeiramente reduz àquilo a traços pejorativos. Ou seja, na maior parte das vezes, os estereótipos carregam ideias negativas.
Alguns países, por conta de alguma proximidade ou relação, difundem estereótipos sobre os seus vizinhos. Neste texto, compartilhamos cinco casos em que isso acontece.
(Fonte: Getty Images)
Os australianos e os neozelandeses têm uma relação entre o amor e o ódio. De modo geral, o australiano médio prefere não ter esses vizinhos (apelidados de "kiwis", por conta da ave típica do país) por perto. Contudo, há os que gostam de fingir que são neozelandeses quando viajam, pois consideram seu sotaque "sexy".
Já os neozelandeses veem os australianos como barulhentos e desagradáveis. Em contraposição, o australiano típico vê os kiwis como excessivamente pacíficos.
(Fonte: Getty Images)
Alguns dos países da Grã Bretanha têm uma grande antipatia pelos ingleses, vistos como arrogantes e imperialistas. Já a Irlanda tem uma ojeriza particular pela Inglaterra por razões históricas, ligadas às lutas e massacres causados pelo país.
As principais razões para que os ingleses sejam mal vistos é o Brexit, a sua suposta arrogância e os "hooligans" – as torcidas extremamente violentas do futebol inglês. Outro estereótipo que se tem sobre eles é que são mal educados, reclamões, acima do peso e obcecados por novelas.
Os escoceses também têm certo sentimento anti-Inglaterra – que, segundo os próprios ingleses, viria de um complexo de inferioridade. Os ingleses, por outro lado, enxergam as pessoas da Escócia como rudes e selvagens.
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(Fonte: Getty Images)
Diz-se que os sul-coreanos não pensam muito sobre a Coreia do Norte por razões de medo e pela simples falta de acesso de informações sobre o país. Isso faria também com que as pessoas da Coreia do Sul se tornassem relativamente insensíveis à opressão sofrida pelos cidadãos do país vizinho.
Já os cidadãos da Coreia do Norte têm uma visão dos sul-coreanos distorcida pela mídia local. Tudo que é vindo do país vizinho é colocado para eles como ruim. O K-pop, por exemplo, é proibido. Da mesma forma, demonstrações públicas de afeto, como beijos e abraços, são apontadas como "influência estrangeira" e colocadas como algo que precisa ser evitado.
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Mesmo com seus conflitos históricos, os ucranianos gostavam bastante do povo russo. O problema entre eles é por conta do governo – especialmente pelo apagamento da identidade ucraniana promovido há anos pelo presidente Vladimir Putin. Ainda que vivam uma guerra, os ucranianos seguem com visões positivas acerca do país vizinho.
Já os russos parecem mais contaminados pela propaganda política que visa aumentar o ódio contra a Ucrânia. Eles tendem a vê-la como um "não-país" sem cultura própria. Há até um termo pejorativo associado aos ucranianos: "khokhly", que quer dizer que eles são rústicos, provincianos, criminosos e ficam bêbados todos os dias.
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De modo geral, os argentinos são vistos pelos países da América Latina como arrogantes, cheios de si e sempre interessados em obter alguma vantagem. Esta visão – que é reiterada, inclusive, por parte dos argentinos, incluindo o Papa Francisco – teria sido consolidada nas épocas de riqueza econômica do país, fazendo com que a nação se considerasse distante de seus vizinhos.
Mas a relação entre brasileiros e argentinos é especial. Há uma rivalidade entre os países fomentada principalmente pelo futebol, mas cujas raízes são históricas. Segundo o historiador Boris Fausto, no texto Brasil e Argentina: Um Ensaio de História Comparada (1850-2002), a disputa teria surgido no século XIX, quando os países se enfrentavam pela liderança regional da América do Sul.
Isso teria se estendido para outras áreas, mas vale lembrar que os cidadãos dos dois países adoram se visitar. O sociólogo argentino Pablo Alabarces resume bem: "os argentinos odeiam amar o Brasil e os brasileiros amam odiar a Argentina. A frase significa que nós, argentinos, sentimo-nos rivais, mas, na verdade, ficamos muito chateados por amarmos os brasileiros. Já os brasileiros gostam mais da rivalidade porque, na realidade, amam nos odiar".