A explicação para a teoria dos 6 graus de separação

02/09/2023 às 14:002 min de leitura

Em 1929, o autor húngaro Frigyes Karinthy escreveu um conto chamado Láncszemek, no qual propunha uma curiosa teoria. Segundo ele, todas as pessoas que existem estariam distantes entre si por no máximo 6 laços de amizade. Ou seja, a distância entre você e qualquer celebridade envolveria até 6 pessoas.

Muito tempo depois, o conceito ficou popular de uma forma completamente inusitada: ele começou a ser exemplificado usando o ator americano Kevin Bacon. A teoria ficou tão popular que gerou até um jogo chamado "Six Degrees of Kevin Bacon", em que cada participante tem que vincular um ator a Bacon fazendo no máximo cinco conexões.

A teoria ganhou muito espaço também aqui no Mega Curioso, com nosso quadro 6 graus de separação, que é um sucesso no YouTube! Pois parece que foi finalmente descoberta uma explicação plausível sobre como tudo isso funciona.

Testando a teoria

Ao longo do tempo, várias pessoas fizeram experimentos para testar a efetividade da ideia do autor húngaro. Nos anos 1960, por exemplo, o psicólogo americano Stanley Milgram resolveu desafiar 300 pessoas a mandarem um cartão postal a algum destinatário definido por ele. 

Para isso, eles tinham que enviar o cartão para um conhecido até que por fim chegasse à pessoa certa. Segundo ele, precisou realmente de 6 etapas até que o destinatário fosse atingido.

O experimento foi depois repetido em 2002 por pesquisadores da Universidade de Columbia envolvendo mais de 6 mil pessoas e 18 destinatários. Do total, apenas 324 mensagens chegaram ao destino certo, levando até 7 etapas.

Em 2016, a ideia foi novamente testada, agora usando o Facebook. Descobriu-se então algo bem interessante: de que estamos bem mais conectados no mundo online do que no offline. Nesta nova experiência, o grau de separação ficou em uma média de 3,5 e 4,5, o que levantou pistas inéditas aos pesquisadores.

Novas descobertas

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Um estudo recente, publicado na Physical Review X, sugere que a conectividade entre as pessoas aumentou muito com as redes digitais. E isso tem a ver com a forma como as nossas relações de sociabilidade são construídas no mundo online e o esforço necessário que dedicamos para mantê-las.

A equipe que produziu o artigo sugeriu que os seis graus de separação conectam as pessoas que tentam ampliar suas redes e acreditam que formar conexões pode beneficiá-las. Para isso, eles montaram uma espécie de jogo em que cada participante precisa decidir se vale mais a pena abrir seu leque de amizades ou continuar na atual situação.

O que eles observaram é que todas as redes de conexão têm custos. Por exemplo: na vida offline, se você decide que vale a pena manter uma conexão com Fulano, precisa fingir que gosta de alguma coisa que ele gosta, como um estilo de música horrível. Já nas redes digitais, os investimentos seriam outros.

Os estudiosos dizem então ter demonstrado que, em redes em que os nós (as conexões) são usados para aumentar as suas ligações, os 6 graus de separação serão cumpridos caso o esforço para manutenção dessa rede valha a pena para os indivíduos que estão nela. Dito de outra forma: a teoria de Frigyes Karinthy se concretizará caso as pessoas achem que vale a pena se dedicar a isso.

“Precisamos entender que cada indivíduo na rede age de forma independente, sem qualquer conhecimento ou intenção sobre a rede como um todo”, acrescentou Baruch Barzel, um dos autores.

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