Ciência
06/11/2023 às 11:00•2 min de leitura
Os constantes ataques israelenses em áreas densamente povoadas da faixa de Gaza, em busca de militantes do grupo Hamas, têm representado um grande desafio para as agências internacionais e organizações sem fins lucrativos especializadas na prestação de ajuda humanitária a populações em situação de emergência.
Primeiramente porque a guerra provocou o deslocamento de cerca de 1,4 milhão de palestinos de suas casas em Gaza. Em segundo lugar, porque a recusa de ambos os lados em estabelecer um cessar-fogo temporário faz com que os comboios de ajuda humanitária fiquem estacionados na fronteira do Egito.
De acordo com o diretor-executivo do Laboratório de Pesquisa Humanitária da Escola de Saúde Pública de Yale, Nathaniel Raymond, uma das maiores causas de morte na guerra não são balas e bombas, mas as mortes que ocorrem por desnutrição. Falando à Popular Science, o ativista afirma que só uma entrega rápida de suprimentos pode evitar que a crise se torne ainda mais mortal.
(Fonte: Getty Images)
Os pressupostos básicos de qualquer tipo de ajuda humanitária envolvem o acesso à água potável, alimentos e medicamentos que possam ajudar os feridos, que já chegam à casa dos 30 mil na região do conflito no Oriente Médio. No entanto, embora as necessidades humanas básicas sejam as mesmas em qualquer lugar do mundo, existem algumas regras criadas pelos especialistas para simplificar a assistência emergencial.
No contexto de calorias fáceis, o item preferido das agências humanitárias é o tradicional recheio de manteiga de amendoim e geleia de frutas que compõem os sanduíches PBJ, uma maneira rápida de saciar a fome na falta de outros alimentos. Pelo seu alto teor calórico, proteínas e nutrientes, a manteiga de amendoim tem sido um dos suprimentos econômicos e estáveis que estão ajudando a reduzir a fome no mundo, principalmente entre crianças.
Para a diretora-geral do Gabinete de Assistência Humanitária da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Danielle Mutone-Smith, "nós podemos resgatar a maioria das crianças em situação de insegurança alimentar do ponto de inanição", o que levou a OMS a recomendar atualmente um único produto alimentício para jovens gravemente desnutridos.
(Fonte: Getty Images)
Quando conflitos armados provocam blecaute nas comunicações de um país, como ocorreu na Faixa de Gaza, o acesso à internet se torna um dos principais itens da agenda de ajuda humanitária.
Esses sinais de banda larga tornam-se necessários não só no compartilhamento de notícias, mas também para pessoas encontrarem seus entes queridos desabrigados, e as próprias organizações humanitárias sistematizarem suas estratégias de emergência.
Finalmente, os especialistas consideram o velho dinheiro como o “rei” em qualquer emergência. O recurso permite que as pessoas possam escolher e diversificar suas refeições, respeitando "a dignidade das populações, dando-lhes o poder de escolha”, destaca Raymond.