Estilo de vida
13/01/2024 às 12:00•3 min de leitura
A ficção é repleta de histórias bizarras — que só podem sair de uma mente humana bastante criativa. Mas isso não quer dizer que a história também não tenha suas "piadinhas" de gosto questionável.
Na verdade, os registros históricos estão repletos delas, da Antiguidade à Idade Contemporânea. A seguir, nós listamos oito dos mais interessantes.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Um dos lemas das Olimpíadas do Mundo Antigo era "vitória ou morte", significando que os atletas estavam dispostos a dar a vida pela glória. Porém, na edição de 564 a.C., um lutador conseguiu os dois ao mesmo tempo.
O pancrácio era um tipo de MMA da antiguidade, misturando vários tipos de luta da época. E Arraquião de Figália, um dos lutadores mais famosos dessa modalidade, foi campeão em 572 e 568 a.C. Quatro anos depois, ele tentou alcançar a glória pela terceira vez, mas um desastre aconteceu na luta final.
Acontece que o oponente de Arraquião conseguiu pegá-lo por trás, imobilizando-o com as pernas ao redor do peito e os calcanhares na virilha, enquanto o enforcava. Conta a história que Arraquião fingiu perder a consciência para enganar seu oponente. Quanto ele relaxou, Arraquião fez um movimento rápido para recuperar o controle da situação.
Nessa hora, o oponente sentiu uma dor absurda e fez um sinal de rendição. Arraquião tinha vencido a luta. O problema é que Arraquião estava sendo enforcado quando se movimentou — e quebrou o pescoço. Porém, como o oponente já tinha se rendido, a vitória foi concedida a ele, mesmo já morto. Ao que se sabe, ele é o único campeão olímpico póstumo.
(Fonte: Getty Images)
Pode não parecer, mas as corridas de cavalos exigem bastante dos jóqueis: para permitir que os cavalos corram mais rápido, eles precisam movimentar seus corpos em todas as direções, em movimentos que lembram o de um pistão. É um esporte de alto rendimento, de modo que os batimentos cardíacos dos jóqueis podem passar dos 180 por minuto.
Essa introdução é importante para entendermos a história de Frank Hayes. Em 1923, ele ia competir pela primeira vez em uma corrida de obstáculos com o cavalo Sweet Kiss. Preocupado em obter um bom resultado, ele queria estar o mais leve possível na hora da corrida. Assim, Sweet Kiss poderia ir mais rápido.
Então, ele fez uma dieta rigorosíssima nos dias anteriores, além de muitos exercícios. Quando se posicionou para começar a corrida, Hayes tinha perdido cinco quilos, mas estava sem forças — o que não era nada bom para alguém que ainda precisava competir. Não deu outra: ele teve um infarto em cima do cavalo, mas não caiu dele.
Quando Sweet Kiss cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, todos foram cumprimentar Hayes. E descobriram que ele estava morto. Mesmo assim, o prêmio foi dele.
(Fonte: Getty Images)
Tom Moore era um advogado respeitadíssimo no Texas quando resolveu entrar na política. Uma vez na Câmara do estado, ele ficou indignado ao ver que seus colegas aprovavam leis sem nem se dar ao trabalho de ler os projetos. Então, ele resolveu pregar uma peça neles.
Em primeiro de abril de 1971, Moore propôs um projeto para homenagear um grande norte-americano, Albert DeSalvo. Segundo seu texto, DeSalvo tinha "dedicação e devoção ao seu trabalho" e era reconhecido por suas "atividades notáveis e técnicas não-convencionais que envolviam controle de população e psicologia aplicada". A lei passou por unanimidade.
Foi só depois disso que Moore revelou que seus colegas tinham acabado de aprovar uma homenagem para o Estrangulador de Boston — um serial killer que tinha matado 13 mulheres na década anterior.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Heliogábalo (204-222) se tornou imperador romano com apenas 14 anos. E ainda que ele não fosse um doido varrido como Calígula ou Nero, não podemos dizer que ele era completamente preparado para a função. Uma de suas características mais famosas eram as brincadeiras sem graça que ele adorava fazer.
Heliogábalo amava colocar almofadas com som de pum nas cadeiras em jantares oficiais, por exemplo. Mas sua brincadeira menos engraçada era embebedar os convidados para, quando eles estivessem dormindo, soltar feras domadas no meio deles. Então, as pessoas acordavam com uma baita ressaca — e um leão, leopardo ou urso para dar "bom dia".
(Fonte: Wikimedia Commons)
Horace de Vere Cole (1881-1936) era um excêntrico nobre britânico que gostava de pregar peças nos outros. Sua brincadeira mais famosa foi batizada de "Embuste de Dreadnought", porque envolveu um navio da marinha britânica com esse nome.
A piada é a seguinte: Horace e seus amigos fingiram ser nobres da Abissínia (atual Etiópia), pois queriam conhecer o grandioso navio HMS Dreadnought. Entre os amigos, aliás, estava a escritora Virginia Woolf. Os oficiais da marinha toparam receber os "nobres" e fizeram um tour com eles pelo navio.
Como ninguém conhecia a bandeira ou o hino da Abissínia, os "nobres" foram recebidos pela bandeira e hino de Zanzibar (atual Tanzânia). E como ninguém sabia falar o idioma do país, os falsos nobres se comunicavam falando qualquer coisa — a expressão "bunga bunga" foi muito repetida por eles.
Depois da visita, a brincadeira foi revelada e a marinha britânica foi ridicularizada. Ao invés de punir os responsáveis, eles pensaram que era melhor "entrar na brincadeira". Quem realmente não gostou nada da piada foi o verdadeiro rei da Abissínia, Menelik II. Afinal, quando ele foi ao Reino Unido, todos gritavam "bunga bunga" para ele.