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09/06/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 09/06/2024 às 18:00
O sistema carcerário parte do pressuposto que o castigo justo para certos crimes é a limitação da liberdade ao colocar condenados em espaços pequenos – as famosas prisões. Pois saiba que, na ilha de Sark, que é a menor das Ilhas do Canal, e está localizada entre a França e a Inglaterra, há uma prisão que parece extrapolar todos as fronteiras deste tipo de condenação.
É lá que está a menor prisão do mundo, que entrou no Guinness Book dentro dessa categoria. Criada em 1856, ela contém apenas duas celas e funciona até hoje.
A ilha de Sark é realmente minúscula: ela só tem 3,4 km quadrados e 562 moradores. Foi lá que, em 1856, foi construído um prédio com duas celas minúsculas sem janelas. Elas têm medidas levemente diferentes: uma com 1,80m por 1,80m, e a outra 1,80m por 2,40m. As duas são separadas por um pequeno corredor estreito.
A história dessa prisão é, no mínimo, curiosa. Para começar, ela levou 24 anos para ser finalizada, e o prédio foi projetado inicialmente para ser uma escola só para meninas, mas acabou mudando de função, devido às restrições orçamentárias.
O local é utilizado apenas para passagens breves (no máximo, dois dias). Para condenações mais longas, o detento é enviado para uma penitenciária em uma ilha vizinha, em Guensey. No entanto, não há qualquer luxo para quem passa por lá: as duas celas têm apenas uma cama de madeira coberta por um colchão fino.
Pode-se imaginar que, numa ilha com menos de 600 pessoas, não ocorram muitos crimes e as celas não sejam muito ocupadas. Quem mais costuma passar um tempo por lá são turistas que cometem algum delito ou algum morador embriagado que causa confusão.
Mas existem algumas histórias notórias do local. Uma delas é sobre a primeira pessoa presa, que foi uma serviçal jogada lá após ter sido acusada de roubar um lenço de sua patroa. Condenada a três dias na prisão, ela conseguiu autorização para ficar boa parte da pena na porta tricotando, pois tinha medo do escuro.
Além disso, houve um preso que se tornou relativamente conhecido: Andres Gardes, que era um físico nuclear francês desempregado que acreditava ser o legítimo herdeiro e proprietário da ilha de Sark. Como ninguém o levou a sério, em 1990, ele resolveu invadir a ilha carregando um rifle semiautomático. O resultado foi desastroso. Ele acabou levando um soco no rosto de um policial que o desarmou e o prendeu em uma das celas.
Mas esse ataque violento é um caso isolado. De modo geral, a ilha é tranquila, tanto que a força policial é composta apenas por dois homens: o chefe e o seu assistente. Eles não carregam armas e, recentemente, solicitaram o uso de spray de pimenta para conter as possíveis ameaças.