Estilo de vida
12/03/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 18/03/2024 às 19:13
Em meio ao aumento das temperaturas globais, um estudo recente, liderado pela Universidade de Surrey, na Inglaterra, revelou que a integração de espaços verdes e cursos de água nas cidades pode oferecer um alívio significativo durante as ondas de calor.
Este estudo, o mais abrangente do tipo até o momento, apresentou a eficácia de diversas infraestruturas urbanas conhecidas como "verde-azul-cinza" (GBGI, na sigla em inglês) em resfriar o ambiente urbano, oferecendo boas alternativas para planejadores, arquitetos e comunidades em todo o mundo.
Durante anos, sabemos que a presença de espaços verdes e corpos d'água pode desempenhar um papel crucial no resfriamento das áreas urbanas. Desde a sombra fornecida pelas árvores até a evaporação da água, esses elementos naturais têm um impacto notável.
O estudo da Universidade de Surrey corrobora essa noção, destacando que os jardins botânicos lideram o caminho, reduzindo as temperaturas urbanas em até 5 °C durante os momentos de calor mais elevado. Além disso, parques urbanos, zonas úmidas (pântanos) e até mesmo playgrounds demonstraram efeitos significativos de resfriamento, oferecendo um alívio bem-vindo nos dias mais quentes.
Ao observar os dados, fica claro que não existe uma solução única para o desafio do calor urbano. No entanto, alguns padrões emergem: quanto maior o espaço verde, maior o efeito de resfriamento.
Essa descoberta ressalta a importância de preservar e expandir áreas verdes nas cidades, buscando conectar esses espaços em "vias verdes", uma estratégia que não só ajuda a reduzir o calor, mas também pode beneficiar o meio ambiente de várias outras formas, incluindo a redução de emissões de carbono e a prevenção de inundações.
Apesar dessas descobertas promissoras, os pesquisadores alertam para a necessidade de uma abordagem cuidadosa e contextualizada. Cada comunidade tem suas particularidades e características, logo, enfrenta desafios únicos — e as soluções devem ser adaptadas para suprir as necessidades e condições locais.
Por isso, os autores do estudo destacam a importância de investir em pesquisas específicas para cada região, garantindo que as intervenções sejam eficazes e adequadas. Coisas como a geografia da cidade, a fauna, a flora e a dinâmica da população são itens muito importantes a serem considerados na hora de criar esses espaços.
Além disso, cabe reconhecer que, embora os GBGIs ofereçam benefícios tangíveis, a implementação eficaz requer planejamento dos recursos, pois há o risco de gerar mais problemas do que soluções.
De qualquer modo, os resultados deste estudo oferecem um roteiro valioso para que governos locais, urbanistas e demais interessados possam enfrentar os desafios do aquecimento global e assim consigam criar cidades mais habitáveis, saudáveis e resilientes.
Em última análise, a solução para diminuir o calor num curto prazo não é nada de outro mundo: basta trazer a natureza de volta para nossas cidades.