Ciência
16/06/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 16/06/2024 às 20:00
Um dos maiores assassinos em série do Brasil, conhecido como Monstro do Morumbi, José Paz Bezerra assumiu, em 1971, a autoria de 24 estupros e assassinatos de mulheres, desde 1966. Sua prisão, no entanto, só foi possível depois que sua companheira, Aparecida de Oliveira, revelou sua identidade durante um interrogatório de furto em uma mansão do Itaim-Bibi onde ambos trabalhavam, ela como cozinheira e ele como copeiro.
A confissão, feita em outubro de 1970, caiu como uma bomba na delegacia. Naquela época, a população da capital paulista estava em pânico: cinco mulheres haviam sido brutalmente assassinadas em condições semelhantes: nuas, amordaçadas, com as mãos amarradas, sinais de violência sexual e deixadas em terrenos baldios.
Para confirmar suas acusações, Aparecida levou um inspetor ao quarto do casal, onde foram encontrados pertences das vítimas, que o assassino guardava como "troféus": joias e roupas de Vilma Negri, Cleonice Santos, Ana Rosa dos Santos, Nilza Cardoso e Wanda Pereira. Depois que teve sua identidade revelada, o serial killer passou a ser procurado em São Paulo e no Rio, mas fugiu para Belém do Pará, de carona em caminhões.
Chegando na capital paraense em novembro de 1970, Bezerra voltou a matar, usando o nome falso de Gilberto José de Oliveira. Em dezembro, a polícia do estado lhe atribuiu a morte da professora Maria Teresa Marvão e de uma mulher não identificada. Um terceiro corpo, o da comerciária Anbalina Martins foi encontrado em setembro de 1971.
Dois meses depois, Bezerra foi finalmente capturado. A notícia causou uma comoção em Belém, com várias tentativas de linchamento. O próprio estrangulador tentou se matar, batendo a cabeça nas paredes da cela, mas foi impedido pelos policiais.
Enquanto isso, gritava a todos que a culpa de seus crimes era de sua mãe, que "era mulher da vida" e "gostava de apanhar" dos amantes.
O Monstro do Morumbi foi condenado a mais de cem anos de prisão pela morte de sete mulheres. Cumpriu parte de sua pena no Presídio São José, em Belém, sendo depois transferido para a Penitenciária do Estado de São Paulo, em 1979, onde cumpriu a pena máxima brasileira, que é de 30 anos, e foi solto em novembro de 2001, aos 56 anos.
Após deixar a cadeia, Bezerra deu uma entrevista ao jornal Agora, na qual assegurou que sua vida de crimes ficou para trás. Evangélico, ele diz que o tempo que passou na prisão serviu para ele se reabilitar. Se for vivo hoje, está com 79 anos, mas ninguém sabe onde ele está.