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08/06/2024 às 13:00•2 min de leituraAtualizado em 08/06/2024 às 13:00
A União Soviética (URSS) foi dissolvida em dezembro de 1991, mas ainda há vestígios dela em alguns lugares. Um deles é Pyramiden, uma cidade abandonada que fica em uma ilha pertencente à Noruega, no Círculo Polar Ártico, onde ocorreu a exploração de carvão durante décadas.
Localizada no arquipélago de Svalbard, a cidade nomeada em homenagem à montanha com forma de pirâmide nas proximidades foi adquirida pelos soviéticos em 1927. Em seguida, a empresa Trust Arktikugol iniciou a exploração das minas, enviando trabalhadores russos e ucranianos.
Na década de 1950, ela se transformou em um modelo idealizado da cultura soviética com a construção de estruturas de última geração. Hospital, cafeteria, estufas, bares e um “Palácio Cultural” com piscina aquecida, quadra de basquete, cinema, área de shows e biblioteca eram algumas delas.
Oferecendo qualidade de vida superior, Pyramiden atraiu pessoas de cidades vizinhas interessadas em aproveitar os benefícios disponibilizados para todos, chegando a ter mais de 1 mil moradores em seu auge. Muitos estrangeiros também foram morar lá, pois não havia exigência de visto.
A cidade soviética no Ártico norueguês prosperou até meados dos anos 1990, mesmo com o fim da URSS. Porém, um trágico acidente de avião, em 29 de agosto de 1996, iniciou a decadência da localidade, matando os 141 passageiros e todos os tripulantes.
Fretada pela Trust Arktikugol, a aeronave partiu de Moscou em direção a Svalbard, mas uma falha na comunicação a desviou da rota, levando o avião direto a uma montanha. A maioria dos viajantes morava em Pyramiden, que foi seriamente afetada pelas mortes.
Tomada pela depressão, a cidade também teve problemas com o governo russo, decidido a não investir mais como na época da União Soviética. Sem o dinheiro, a exploração das minas de carvão mais profundas deixou de acontecer e os lucros caíram.
Em outubro de 1998, a Rússia encerrou a mineração na ilha, quando o último carregamento de carvão partiu, levando junto as poucas pessoas que ainda residiam na localidade. Desde então, ela se tornou uma cidade fantasma.
De acordo com a BBC, Pyramiden permanece praticamente do mesmo jeito que estava quando os últimos moradores foram embora. Casas, lojas, escolas e o busto do revolucionário comunista, Vladimir Lenin, permanecem intactos.
Funcionando como um museu vivo, a cidade fantasma soviética é atualmente o lar de cuidadores e guias — menos de 10 pessoas vivem por lá, junto a ursos polares e outros animais — que recebem milhares de turistas anualmente. Os visitantes chegam durante o verão, quando o sol não se põe até a mudança de estação, enquanto o inverno é marcado pela escuridão que dura meses.