Ciência
04/11/2024 às 21:00•2 min de leituraAtualizado em 04/11/2024 às 21:00
Ótima pergunta para a rodada final de programas do tipo Quem quer ser um milionário?, saber qual é a pedra preciosa mais valiosa do planeta teria poucos ou nenhum acertador. Enquanto você pensa na resposta, vamos dar algumas dicas: ela é extremamente rara, foi encontrada em Mianmar (antiga Birmânia) na Ásia, e só tem uma mostra em uma instituição dos EUA.
A resposta correta é: kyawthuite, pronuncia-se "kiô-thwait", que é considerada a pedra preciosa mais cara do mundo, devido a sua raridade, beleza, demanda e, lógico, pelas suas características físicas. Chamada de pérola do sul, ela é um mineral transparente vermelho-alaranjado e tem uma capacidade inigualável de refletir a luz.
Quimicamente falando, a kyawthuite é um mineral borato que contém bismuto (Bi) e antimônio (Sb). Dessa forma, essa pedra caríssima se resume a um borato complexo com esses dois elementos. Mas não tente produzi-la em casa, pois o antimônio é muito tóxico e o boro pode causar irritações na pele.
A pedra cuja amostra está em exposição no Museu de História Natural do Condado de Los Angeles" foi encontrada no badalado vale Chaung-gyi, em Mianmar, e lapidada nessa pedra preciosa de 1,61 quilates (o equivalente a 322 mg) para estudo.
As análises mineralógicas mostraram que esse inestimásvel exemplar de kyawthuite se formou em grandes profundidades da crosta terrestre, sob condições extremas de pressão e temperatura. Ela estava em uma rocha conhecida como pegmatito, caracterizada por conter grandes cristais e minerais raros, algumas vezes em composições químicas únicas.
Myanmar é uma das regiões geologicamente mais notáveis do planeta, principalmente pela grande ocorrência de minerais especiais. Além da kyawthuite, também são mianmarenses a resistente jadeíta (um tipo especial de jade) e a painita, outro borato extremamente valioso, considerado a segunda pedra mais rara do mundo.
Uma questão que intriga a todos é como um material como a kyawthuite pode ser tão valioso se os seus principais componentes não são. Nesse contexto, o bismuto, usado na medicina e em várias aplicações industriais (de ligas metálicas a cosméticos) não é um elemento assim tão incomum.
O antimônio, por sua vez, é conhecido pelas suas propriedades antichama e largamente usado na indústria.
Nesse sentido, a mineralogia nos dá uma explicação cristalina: a kyawthuite não é rara devido apenas aos seus componentes incomuns, mas sim à feliz combinação de origem geológica única em Mianmar, escassez de amostras, e ao alto interesse científico e colecionável que isso gera.