Estilo de vida
12/06/2023 às 10:01•2 min de leitura
Vestígios da cidade perdida de Rungholt, que foi engolida pelo Mar de Wadden, na costa da Alemanha, há quase 700 anos, foram encontrados por um grupo de arqueólogos. A descoberta pode eliminar, de vez, as dúvidas sobre a existência da localidade que se tornou uma lenda no país.
Também conhecida como a “Atlântida alemã”, em referência à lendária ilha citada por Platão, ela foi localizada durante a maré baixa na região entre as costas da Alemanha, Holanda e Dinamarca. Conforme o comunicado, os pesquisadores usaram técnicas magnéticas para detectá-la abaixo dos bancos de areia e lama.
A equipe composta por especialistas das universidades de Kiel e Johannes Gutenberg de Mainz, entre outras instituições, encontrou restos de construções como uma igreja grande e outras duas menores. Um dique marítimo e sistemas de drenagem também foram localizados.
(Fonte: Universidade de Kiel/Divulgação)
Em entrevista ao Daily Mail, os autores da descoberta disseram que as dimensões amplas da igreja principal sugerem que ela era uma “paróquia com função superior”. Já os demais elementos apontam a existência de um grande sistema de proteção para impedir os avanços da maré.
De acordo com a lenda local, a “Atlântida do Mar do Norte” afundou no Mar de Wadden devido a um castigo divino. Tudo começou em 1361, quando uma turma de jovens bêbados tentou obrigar um padre a dar o sacramento da unção dos enfermos a um porco.
Enfurecido, o padre foi a uma igreja no dia seguinte, onde teria pedido a Deus que punisse os moradores pecaminosos. Pouco tempo depois de o representante da igreja deixar a localidade, Rungholt afundou em meio ao Mar de Wadden, em janeiro de 1362.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Mitos à parte, o que aconteceu, na verdade, foi uma tempestade de grandes proporções atingindo vários países europeus naquele início de ano. Vilas e cidades costeiras do Reino Unido, Holanda, Dinamarca e Alemanha tiveram sérios danos após a chuva, que acabou ficando conhecida como o “grande afogamento dos homens”.
Rungholt foi uma das localidades mais afetadas, com o seu sumiço dando início à lenda que dura mais de 600 anos. Os arqueólogos agora correm contra o tempo para intensificar as buscas por mais prédios e outros elementos que ajudem a revelar como era a vida na cidade perdida, pois a erosão ameaça a preservação das fundações.
Estudos anteriores sugerem que a cidade perdida alemã foi um importante ponto comercial da região e a sua população levava uma vida bastante luxuosa. Outras expedições recuperaram vários objetos pertencentes aos moradores, como ornamentos de metal, cerâmica, vasos e armas
Muitos destes itens eram importados da Espanha e da Bélgica e provavelmente estavam na área quando Rungholt afundou. A descoberta deles também ajudou a reforçar a ideia de que a “Atlântida alemã” não era apenas uma lenda.