Estilo de vida
17/08/2017 às 04:01•2 min de leitura
Você já deve ter ouvido muitas vezes que a meditação é uma prática importante, capaz de melhorar sua saúde física e mental, e isso é absolutamente verdadeiro. Se ainda assim você não se convenceu de que parar tudo, por alguns minutos todos os dias, fechar os olhos e se concentrar apenas em sua respiração é realmente um bom negócio, temos apelos novos e interessantes para você.
A verdade é que, quando submetemos nosso cérebro a algum tipo de técnica de relaxamento, acabamos ativando o trabalho de genes cujas funções são melhorar nossa saúde – achou bom? Pois tem mais: essa cadeia genética saudável começa a funcionar depois de apenas alguns minutos de meditação.
Pesquisas recentes feitas sobre o tema nos mostram que a meditação tem o poder, sim, de alterar a atividade dos nossos genes, e aí talvez esteja a explicação para as melhoras de saúde em pessoas que meditam, rezam e praticam yoga.
Para comprovar isso, a equipe de Herbert Benson, do Hospital Geral de Massachusetts, analisou o perfil genético de 26 voluntários que não tinham o costume de meditar. Essas pessoas aprenderam técnicas de relaxamento que duram entre 10 e 20 minutos – nesse tempo, repetiam palavras, faziam exercícios de respiração e buscavam livrar suas mentes dos pensamentos cotidianos.
Os voluntários passaram 8 semanas realizando essas atividades diariamente, e, depois desse período, o perfil genético deles foi avaliado novamente. O que se observou foi que os genes ligados a benefícios à saúde estavam realmente mais ativos.
Essa mudança genética provocou três alterações práticas principais: melhorou a eficiência das mitocôndrias e a força celular; aumentou a produção de insulina, que regula os níveis de açúcar no sangue; e evitou o esgotamento dos telômeros, que ajudam a manter o DNA estável e impedem que as células envelheçam e se desgastem.
Em contrapartida, a meditação enfraqueceu a atividade de genes que provocam inflamações crônicas e causam doenças como a hipertensão arterial e doenças cardíacas em geral, problemas intestinais e até alguns tipos de câncer.
Os pesquisadores também conseguiram provar que a meditação tem esse efeito saudável em curto prazo ao colherem amostras de sangue dos voluntários logo após a realização das técnicas de relaxamento. Essas mudanças genéticas acontecem dentro de minutos mesmo, o que é uma notícia realmente animadora.
Para complementar a pesquisa, os cientistas analisaram amostras de sangue de outros voluntários, que praticam meditação há 3 anos ou mais, e o que se observou foi que essas pessoas tinham um bom funcionamento genético mesmo antes de começarem a meditar, o que nos sugere que essas mudanças funcionam em longo prazo
Julie Brefczynski-Lewis, da West Virginia University, que também pesquisa a meditação, disse que esses resultados não são tão surpreendentes se analisarmos o contrário: quando estamos estressados, nosso corpo sente os efeitos ruins em curto e em longo prazo.
Benson explicou que sua equipe descobriu que, quanto mais atividades de relaxamento uma pessoa faz, mais expressivas serão as mudanças genéticas. A equipe busca, agora, focar em atividades que sejam efetivas para o tratamento da hipertensão, da doença inflamatória intestinal e do mieloma múltiplo, um tipo de câncer de medula.
Vale frisar que todas essas pesquisas visam promover os benefícios da meditação para qualquer pessoa, e inclusive para a melhora da saúde. No entanto, é preciso ter em mente que doenças efetivas devem ser sempre tratadas com acompanhamento médico e uso de medicamentos, quando for o caso.