Esportes
22/08/2017 às 05:14•2 min de leitura
Eva Echeverria, de 63 anos de idade, está há mais de 10 anos lutando contra um câncer de ovário. Agora, graças a uma decisão judicial do estado norte-americano da Califórnia, ela deverá ser indenizada em US$ 417 milhões pela Johnson & Johnson.
Em estado terminal, Echeverria postou um vídeo na internet, no qual disse que, por mais de 50 anos, fez uso do popular talco da marca para a sua higiene íntima. Segundo ela, foram os componentes do talco que desencadearam o câncer, e ela só interrompeu o uso do produto em 2016, quando soube do caso de outra mulher que também teve câncer de ovário pelo mesmo motivo.
Por concordar que há, realmente, uma conexão entre o uso do produto e o câncer de Echeverria, a Justiça ordenou que a companhia pagasse US$ 417 milhões à mulher, sendo que, desse montante, US$ 70 milhões correspondem a danos compensatórios – essa indenização é a maior já concedida nesse tipo de causa.
A Johnson & Johnson responde a diversos processos sobre seu talco e, em maio deste ano, foi condenada a pagar US$ 110,5 milhões a uma mulher de 62 anos, que também foi diagnosticada com câncer de ovário em decorrência do uso do mesmo produto. Em 2016, a companhia pagou US$ 300 milhões em danos para outros três casos semelhantes, no Missouri, nos EUA.
A defesa de Echeverria se pronunciou depois do veredito, dizendo que sua cliente espera que a marca ainda seja obrigada a colocar um aviso de precaução em sua embalagem, explicando que o produto pode provocar dano à saúde.
“Mrs. Echeverria está morrendo por causa desse câncer ovariano e ela me disse que tudo o que quer fazer é ajudar outras mulheres do país que também têm câncer no ovário devido ao uso do talco Johnson & Johnson por 20 ou 30 anos. Ela realmente não quer compaixão. Ela apenas quer passar a mensagem para ajudar essas outras mulheres”, declarou o advogado Mark Robinson.
A companhia afirmou, após a decisão judicial, que vai recorrer, pois “nós somos guiados pela ciência, que suporta a segurança do talco Johnson & Johnson”. Atualmente, a empresa enfrenta quase 5 mil casos similares somente nos Estados Unidos.
Embora não existam evidências científicas suficientes para relacionar o uso do talco ao desenvolvimento de câncer, a American Cancer Society relata que alguns estudos já sugeririam que o uso desse produto tem relação com o aumento do risco de desenvolver câncer de ovário em mulheres que aplicam o talco na região genital.