Psicóloga usa realidade virtual para tratar a síndrome do pânico

14/09/2017 às 11:512 min de leitura

Um relatório deste ano da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que mais de 15% da população brasileira sofre com algum tipo de transtorno. Desse percentual, 9,3% sofre de ansiedade, que é a responsável por desencadear a síndrome do pânico.

A psicóloga Nataly Martinelli explica algumas das características das pessoas que são acometidas por esse problema. “Essa síndrome é caracterizada pela presença de manifestações ansiosas graves, que não são desencadeadas unicamente pela exposição a uma determinada situação, mas sim de forma imprevisível. Os sintomas depressivos ou obsessivos, assim como também as fobias, podem estar associados neste contexto. Essas pessoas demonstram ser ansiosas, perfeccionistas, exigentes consigo mesma e se sentiram desprotegias em algum momento de sua vida”, analisa Nataly.

A síndrome do pânico costuma apresentar quadros de início súbito, com ansiedade intensa e sensação de morte iminente, acompanhados por palpitações, vertigem, ondas de frio e/ou calor, dor no peito, sudorese, tremores, sensação de desmaio, medo intenso de morrer e de perder o controle.

Um homem sentado num bancoDepressão pode desencadear a síndrome do pânico

Tratamento convencional

Após ocorrer o diagnóstico do transtorno por um profissional médico, preferencialmente um psiquiatra, o tratamento poderá ser medicamentoso. Neste caso, há a possibilidade de utilizar fármacos ansiolíticos com intuito de reduzir a ansiedade e também antidepressivos. É recomendável que o tratamento seja associado a algum tipo de psicoterapia, com finalidade de diminuir o percentual de recaídas ao longo do tempo e possibilitando ao paciente a administração dos sintomas relacionados a essa patologia.

“Os pacientes acabam procurando ajuda quando os sintomas se tornam repetitivos, isto é, por ocorrerem mais de uma vez no período de um mês ou quando manifestam alterações de comportamento vinculado às crises”, alerta Nataly. Para que o tratamento seja efetivo, é de suma importância que o paciente esteja engajado e tenha vontade de lidar com as suas questões internas de maneira responsável.

No acompanhamento psicológico, o paciente terá a oportunidade de desenvolver um processo de autoconhecimento e de realizar exercícios de respiração e relaxamento. Como o cientista e médico Jon Kabat-Zinn postula, “não conhecer o nosso próprio corpo e a própria mente é uma das razões pelas quais as pessoas sofrem e ficam doentes”.

PsicologiaAcompanhamento psicoterapêutico é fundamental para a superação da síndrome do pânico

A realidade virtual

“Um dos métodos que tem se mostrado eficaz para a redução e o manejo das reações de ansiedade é através da realidade virtual. O objetivo do uso dessa tecnologia, que é aplicada por meio do uso de óculos, é reproduzir as sensações de realidade para o indivíduo e, assim, captar as sensações por ele vivenciadas”, explica Nataly.

A psicóloga é especialista no tratamento da síndrome com a realidade virtual e explica que é possível trabalhar questões como a respiração diafragmática, o relaxamento muscular progressivo e até mesmo a técnica de meditação conhecida como “mindfulness”, que é quando a gente prepara o corpo para o máximo de atenção possível. “Essas práticas proporcionam um aumento da consciência corporal e também equilibram o organismo, normalizando a frequência cardíaca”, explica Nataly.

Nataly MartinelliNataly Martinelli usa realidade virtual na psicologia

*Via assessoria

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