Ciência
18/09/2017 às 05:36•3 min de leitura
Depois da revelação na semana passada de que Lady Gaga foi diagnosticada com uma doença crônica chamada fibromialgia, eis que foi divulgado que outra estrela da música também teve problemas por conta de outra condição crônica. Dessa vez foi Selena Gomez quem anunciou ter passado por um transplante de rim recentemente devido a complicações provocadas pelo lúpus, condição com a qual ela foi diagnosticada em 2013.
Selena contou aos fãs o que havia acontecido através de um post no Instagram — no qual revelou que recebeu o rim de sua grande amiga Francia Raisa e que estava se recuperando bem da cirurgia. Mas, e que condição é essa que forçou a artista a passar por um procedimento desses? O lúpus é uma doença autoimune, o que significa que ela faz com que o sistema imunológico ataque os próprios tecidos e órgãos do organismo.
Essa condição se caracteriza por ser uma doença inflamatória crônica que pode afetar órgãos e sistemas do corpo humano, incluindo os pulmões, o coração, o cérebro, a pele, as articulações, as células sanguíneas e, claro, os rins. Infelizmente, não existe uma cura para o lúpus e, para piorar, como os principais sintomas se parecem com os de outras doenças, nem sempre é fácil diagnosticar o transtorno.
(Wikimedia Commons/Lunchbox LP)
Um dos sintomas mais comuns da doença é o surgimento de uma erupção cutânea no rosto que lembra as asas de uma borboleta se estendendo sobre as bochechas — mas é importante ressaltar que nem sempre essa irritação na pele realmente indica a presença do lúpus. Outros sintomas associados com a condição são o inchaço nas articulações, dor, febre, cansaço, falta de ar, dores no peito e de cabeça, confusão mental, perda de memória, lesões na pele provocadas pela exposição ao sol e olhos secos, entre outros.
Com relação ao que provoca o lúpus, os especialistas acreditam que a condição afete pessoas com predisposição genética e poder ser desencadeada por uma combinação de fatores externos, como a ocorrência de infecções, a exposição ao sol e o uso de determinados medicamentos. Além disso, também existem fatores de risco, como a idade, a etnia e o sexo dos afetados.
O lúpus pode afetar pessoas de todas as idades, mas o diagnóstico é mais comum em indivíduos entre os 15 e 40 anos de idade. A doença também e mais prevalente em hispânicos, negros e asiáticos, e 90% dos pacientes são mulheres. Por conta desse grande número de afligidos do sexo feminino, os especialistas suspeitam que os hormônios — em especial o estrogênio — possam ter um papel importante no surgimento da condição.
Segundo levantamentos, um dos problemas mais comuns associados com o lúpus são os problemas renais, tanto que 80% das crianças diagnosticadas com a condição e cerca de metade dos adultos sofrem com complicações nos rins. Isso porque o transtorno, além de poder provocar o inchaço desses órgãos, pode causar danos em pequenos vasos sanguíneos chamados glomérulos que são responsáveis por filtrar as impurezas presentes no sangue.
(Ad Week)
Apesar de muitos das complicações renais poderem ser tratadas com medicamentos, cerca de 30% dos pacientes acabam sofrendo inflamações que levam à falência dos rins e à necessidade de que eles recebam transplantes. E, como você sabe, quem passa por esse tipo de procedimento médico, deve tomar pelo resto da vida fármacos para evitar que os órgãos doados sejam rejeitados.
Sobre o tratamento para o lúpus, geralmente os sintomas são mantidos sob controle com o uso de anti-inflamatórios não esteroides, corticoides, imunossupressores e medicamentos normalmente usados para tratar a malária. Além disso, é recomentado que os diagnosticados evitem a exposição excessiva ao sol e é muito importante que eles adotem um estilo de vida saudável, no qual eles se alimentem com dieta equilibrada e façam atividades físicas regulares.