Ciência
07/02/2018 às 07:30•2 min de leitura
Drogas lícitas e ilícitas são conhecidas pela capacidade que têm de provocar dependência física e/ou psicológica. Quem não usa esse tipo de substância acaba se espantando quando vê alguma notícia, por exemplo, sobre pessoas viciadas – a pergunta que fica sempre é: se todo mundo sabe que drogas viciam, por que as pessoas experimentam essas drogas e continuam a usá-las?
A verdade é que a fisiologia do vício é muito mais complexa do que imaginamos, e além disso, o consumo de substâncias com alto poder de vício pode estar atrelado a disfunções psicológicas e físicas. Confira:
Existem evidências científicas de que algumas pessoas são geneticamente predispostas a se viciar em algumas substâncias – no caso do álcool, metade das pessoas que são viciadas herdou essa característica de seus antepassados, sabia? Então se você tem casos ligados a vícios na família, é preciso redobrar a atenção.
É muito comum que as pessoas usem substâncias que viciam, como o álcool e a nicotina, para “arrumar” questões emocionais, já que essas substâncias são populares por nos deixarem mais relaxados e por nos ajudarem a esquecer dos problemas. A questão é que, com o passar do tempo, o uso do álcool e da nicotina desencadeiam ansiedade e irritabilidade, e não relaxamento.
Às vezes as pessoas precisam de alguma recompensa e, na falta de algo que não seja tóxico e viciante, acabam recorrendo às drogas, que dão prazer temporário. Por isso, é fundamental aprender formas diferentes de comemorar alguma coisa, sem que isso envolva consumir álcool, cigarro e outras drogas.
É pequeno o número de pessoas que para de beber quando percebe que a bebida está sendo prejudicial, não é mesmo? Isso acontece porque, em seus cérebros, elas não conseguem entender que o álcool é um problema sério, e acham que a próxima bebedeira será sempre melhor e inofensiva. Nesse sentido, fazer autoanálises honestas, ainda que chocantes, é necessário para que a vontade de parar chegue.
O uso crônico de algum tipo de droga acaba fazendo com que a pessoa estabeleça uma relação de amor e ódio com essa substância. Por isso, quando as coisas não vão bem, prometem que vão parar, e quando usam a droga e se sentem felizes, se esquecem das promessas anteriores. Pessoas viciadas têm dificuldade em passar pelos períodos de abstinência inicial, quando não estão usando a droga de costume e acabam ficando com muita vontade. É preciso ter em mente que, uma vez que esse estágio acabe, será tudo muito mais fácil.
Muitas pessoas, quando estão tentando deixar de usar algum tipo de droga, acabam caindo na cilada de “apenas um cigarro” ou “só um gole”, e, depois que cedem à tentação, acabam desmotivadas e enfiam o pé no acelerador, terminando o dia com vários cigarros fumados ou muita bebida consumida. No dia seguinte, por acharem que estão derrotadas, acabam caindo na cilada de novo, e aí o vício continua a existir.
Há claras evidências da relação entre o estresse crônico e o abuso de substâncias viciantes. Pessoas que passaram por situações traumáticas, como abuso sexual e violência doméstica, são mais suscetíveis ao uso de substâncias viciantes. Quando nosso emocional passa por altos níveis de estresse, acabamos tendo dificuldades para lidar com impulsos e também com recompensas, por isso as drogas parecem uma solução rápida e fácil.
Felizmente, são cada vez mais conhecidos os tratamentos médicos e psicológicos para a recuperação de pessoas que são viciadas em alguma substância e que desejam interromper o ciclo. Se você é viciado e sabe disso, procure ajuda especializada.